Lucinéia Parra
De Maringá
Moradores dos jardins Industrial e Itaipu estão fazendo abaixo-assinado contra a proposta do padre Geraldo Schineider, da Paróquia Cristo Ressuscitado, em Maringá, de levar para a chácara onde está localizado o Mosteiro Nossa Senhora da Redenção, condenados pela Justiça que estão em liberdade condicional.
O mosteiro fica a cerca de 100 metros do Jardim Industrial, e foi construído em uma propriedade sem qualquer rigor no sistema de segurança. Os moradores não querem que os presos frequentem o local, alegando que a chácara não possui segurança para abrigar os presidiários. Eles afirmam que o mesmo padre levou para o local jovens infratores que passaram a ameaçar os frequentadores do mosteiro.
De acordo com os moradores, a experiência com os jovens trouxe muitos transtornos. ‘‘Duas mulheres foram atacadas pelos adolescentes’’, disse o comerciário Paulo Campos, 38 anos. A mulher dele, a professora Lucilene Campos, 37 anos, explica que não é contra o padre, mas não concorda com suas iniciativas.
‘‘Frequentamos a missa que é celebrada na capela da chácara quase todos os dias. Se ele gosta de atender estas pessoas, que faça o centro de recuperação destas pessoas bem longe da cidade’’, reclamou Lucilene.
O padre se defende. Ele diz que a chácara é dele e que o seu objetivo é levar para o local apenas os presos que cumpriram a maior parte da pena e que já conseguiram emprego em Maringá. ‘‘Já tenho um recanto em Iguatemi ᖠdistrito de Maringá – onde ficam os presos em liberdade condicional, mas o distrito é distante de Maringá, por isso pensei em trazê-los para a chácara’’.
O padre afirmou que nunca houve nenhum problema com os 20 adolescentes encaminhados pelo Conselho Tutelar da Criança e Adolescente de Sarandi que estão no Recanto Mundo Jovem, localizado dentro da chácara.
‘‘Criticar é fácil, mas fazer algo em prol dos outros é difícil e eu prefiro fazer’’, disse Schineider. O padre explicou que os jovens serão transferidos da chácara porque conseguiu construir um recanto maior no distrito. A transferência dos adolescentes que hoje vivem na chácara próxima aos bairros Jardim Itaipu e Industrial está prevista para daqui a três meses.