Três equipes da Secretaria de Estado da Saúde, envolvendo auxiliares de enfermagem, enfermeiros e epidemiologistas devem retornar a Adrianópolis (133 quilômetros ao Norte de Curitiba) no início de setembro para fazer novas coletas de sangue nos moradores que apresentaram quadros de anemia e desnutrição. Essas foram as principais anormalidades apontadas em 581 das 1.207 pessoas do município, que já submeteram a um primeiro exame em maio deste ano.

Do total de pessoas analisadas, 162 têm menos de sete anos, 354 têm entre 7 e 14 anos e 691 são adultos. A Secretaria de Saúde passou a examinar esses moradores de Adrianópolis por suspeitar da possibilildade de contaminação por chumbo. Nas localidades conhecidas por Vila Mota, Capelinha e Vila Rocha, o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) identificou, no início do ano, vários depósitos clandestinos com toneladas de resíduos de chumbo.

O primeiro exame visava identificar alterações clínico-laboratoriais. Agora, o exame de plumbemia (dosagem de chumbo no sangue) vai apontar os índices do metal nas crianças desnutridas ou anêmicas para confirmar se há relação com a contaminação por chumbo.

O exame de plumbemia, de acordo com a secretaria de Saúde, seria priorizado nas 581 pessoas que, no primeiro exame, apresentaram alterações clínicas. O secretário estadual de Saúde, Armando Raggio, prometeu, em entrevista coletiva no início de julho, que até o final do ano todas os 1.207 moradores seriam novamente analisados. Até agora não foi constatado nenhum sinal grave de intoxicação ou de sequelas irreversíveis entre os moradores de Adrianópolis.