A ousadia de criminosos que agem no desmanche de casas inteiras para furtar madeiramento tem chamado a atenção na região. Após ocorrência em Londrina, onde bandidos, se fazendo passar por trabalhadores, levaram toda a estrututa de uma casa de peroba-rosa, nas próximidades do aeroporto, a Polícia Militar atendeu outro caso parecido, desta vez em Apucarana.

Um morador em situação de rua entrou em contato com a PM no feriado de Independência (7) para denunciar o desmanche não autorizado de uma casa de madeira. O homem que se abriga em um barracão desocupado na avenida Governador Roberto da Silveira, na Barra Funda, contou que ouviu ruídos estranhos no terreno. Quando foi verificar, percebeu que havia pessoas desmanchando uma casa que fica nos fundos do imóvel. O espaço fica em frente à antiga Paraguaçu Têxtil.

Ele então questionou se eles tinham permissão do proprietário para fazer a demolição, e recebeu como resposta que essa autorização não existia. Com receio de que a polícia e os proprietários do imóvel pensassem que havia sido ele quem tinha cometido o delito, resolveu então fazer contato pelo telefone 190.

A equipe da Polícia Militar fez buscas nas edificações mas não encontrou ninguém, apenas algumas madeiras empilhadas. O morador de rua contou que não tem o contato do proprietário e informou que o local está abandonado há bastante tempo. A equipe da PM também não soube dizer quem é o proprietário.

O pintor Luiz Gonzaga Gomes ficou chocado com a ousadia dos criminosos de desmanchar um imóvel na área urbana
O pintor Luiz Gonzaga Gomes ficou chocado com a ousadia dos criminosos de desmanchar um imóvel na área urbana | Foto: Vítor Ogawa - Grupo Folha

REVOLTA

A audácia dos criminosos gerou revolta nos moradores. O pintor Luiz Gonzaga Gomes, 53, que passava pela rua em que o furto foi registrado, relatou que sempre ouve falar que houve furto de madeira em sítios e chácaras abandonadas. “Na área urbana é a primeira vez que ouço falar. A gente fica chocado com a ousadia de desmanchar um imóvel na área urbana. É de surpreender. A polícia tem que ficar em cima, principalmente de quem está comprando.” Ele supõe que haja alguém que faça encomenda desse material, já que a madeira é nobre, para haver esse furto.

O fretista Cláudio Pereira, 65, reside em uma casa de madeira e relembra do episódio que ocorreu há dez anos, do furto de todo o madeiramento de uma igreja em Cambira. “Roubaram toda a igreja. Esses furtos aqui perto me preocupam, porque podem atingir a minha casa. Na igreja de Cambira, levaram tudo embora e até hoje ninguém sabe quem foi que fez isso”, destacou.

Ele conta que já carregou madeira de demolição no trabalho como fretista, mas que sempre que faz isso carrega consigo os documentos do material. “Aqui em Apucarana tem uma empresa que adquire madeira de demolição, mas para a gente transportar a gente sempre exige nota fiscal”, declarou.

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O autônomo Luciano Hansen de Lima, 43, também reside em uma casa de madeira, mas acha muito difícil isso acontecer na cidade e que o caso deve ter sido isolado. “Não acho que tenha perigo. Não me preocupo com isso na cidade. Acho que, se tiver morando no imóvel, não tem problema”, declarou.

A assessoria de imprensa da PM afirmou que não tem uma especificação no boletim de ocorrência e isso impossibilita o levantamento sobre casos semelhantes. A orientação da PM no caso das pessoas perceberem furto ou roubo de madeiras é ligar para 190 ou para a Guarda Municipal do município.

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