Cada canto da Paróquia Santo Antônio, em Cambé (Região Metropolitana de Londrina), foi tomado por fiéis que foram homenagear e orar por Karoline Verri Alves e Luan Augusto da Silva, ambos de 16 anos, que morreram após um ataque ao Colégio Professora Helena Kolody. A missa de sétimo dia foi realizada na noite deste domingo (25) e reuniu uma multidão de pessoas. Cartazes com a foto do casal foram colocados na entrada e no altar da igreja, assim como muitas pessoas vestiam camisetas com uma estampa que homenageia os jovens mortos na tragédia.

O vigário paroquial da Igreja Santo Antônio, padre Pedro Ramos de Faria, conhecia os jovens há quatro anos, desde quando chegou à paróquia. Ele conta que os jovens eram muito participativos nas missas e ações da igreja, assim como as suas famílias.

Imagem ilustrativa da imagem Missa em homenagem a Karoline e Luan lota Paróquia Santo Antônio
| Foto: Jessica Sabbadini

Apesar de a missa ter sido marcada para as 19h, fiéis começaram a chegar às 18h. Dilson Antônio Alves e Keller Verri, pais de Karoline, compareceram com outros familiares. Alves ressaltou que é gratificante ver todas as pessoas que compareceram em um momento muito importante para a família. Segundo ele, a tragédia causou uma comoção em toda a população da região, o que até mesmo fez com que o casal fosse reconhecido pela Arquidiocese de Londrina como exemplo de pessoas que viveram na santidade.

A possibilidade de um pedido de beatificação do casal ainda está sendo analisada pelo Setor Juvenil da Arquidiocese de Londrina, mas eles já consideram os dois jovens como intercessores da juventude. “Nós ficamos comovidos porque para nós ela era apenas a nossa filha, com uma vida simples, um namorado, e do nada isso se tornou algo extraordinário. É algo comovente”, explica. Segundo ele, Karoline e Luan podem ser exemplos para todos os jovens.

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| Foto: Jessica Sabbadini

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'AS PESSOAS FICARAM MUITO CHOCADAS'

A celebração contou com a presença de quatro padres, que iniciaram a missa falando sobre a tragédia que abalou toda a cidade de Cambé e região e sobre a esperança para dias melhores. A aposentada Fátima Barusso, 58, conhecia os jovens da Capela Santa Terezinha e dos grupos de oração. “As pessoas ficaram muito chocadas não só pela violência, mas por serem dois jovens tão ativos na comunidade, por viverem esse namoro santo e serem um exemplo para todos”, afirma.

Apesar de já ter o costume de frequentar a missa, ela conta que essa é especial, já que as orações e pensamentos estão sendo enviadas para o plano espiritual: “a gente acredita que eles estejam muito bem porque eram jovens diferenciados e também estamos orando para os familiares e toda a comunidade”.

Trabalhando no plantão do dízimo da paróquia, Fátima Teixeira, 62, impressionou-se com a multidão de pessoas que compareceu até a igreja para a missa de sétimo dia dos jovens. “[A tragédia] mobilizou toda a comunidade. Eles estavam sempre unidos, eram vicentinos, participavam de diversos grupos de oração e agora toda a comunidade sente a dor da perda”, afirma. Segundo ela, a missa é uma forma de orar e pedir conforto e força aos familiares, assim como dos demais alunos e pais, que estão assustados: “[o ataque] foi algo que nos mostrou como está a falta de amor hoje em dia”.

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| Foto: Jessica Sabbadini

SÉTIMO DIA

Sobre a missa de sétimo dia, o padre Pedro explica que o Brasil é o único país que tem a tradição de realizar uma celebração sete dias após a morte de uma pessoa.

Segundo ele, o número sete está ligado à perfeição e é muito importante para a comunidade católica, já que Deus construiu o mundo em sete dias e um paralítico precisou entrar no rio sete vezes para ser purificado.

“Antigamente, no dia em que uma pessoa morria, muitos familiares não conseguiam chegar, então marcava-se uma missa sete dias após a morte para que todos pudessem se reencontrar”, explica. Ele explica que, por toda a tradição que o número sete tem, esse é o dia em que acontece a libertação das almas. “A missa toda é uma homenagem para eles e desejando mais esperança e força para todos”, ressalta.

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| Foto: Jessica Sabbadini