Verduras, temperos e legumes frescos e orgânicos na mesa e uma terapia para ocupar a cabeça e passar o tempo. O Programa Hortas Comunitárias de Cambé (Região Metropolitana de Londrina) tem 26 unidades espalhadas por toda a cidade e ganhou ainda mais importância em meio à pandemia de coronavírus, garantindo comida saudável na mesa de muitas famílias que tiveram queda na renda. Segundo Alexandre Tofoli Moriya, engenheiro agrônomo e diretor da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente de Cambé, as hortas comunitárias atendem atualmente mil famílias, que produzem legumes, ervas, verduras e plantas medicinais.

Imagem ilustrativa da imagem Mil famílias participam do programa Hortas Comunitárias em Cambé
| Foto: Divulgação - Prefeitura de Cambé

Ele conta que há famílias inteiras que se dedicam ao trabalho nas hortas há décadas. “Cada família tem direito, em média, a dois canteiros e elas produzem ali para o consumo próprio, distribuem na vizinhança, levam para parentes e comercializam o excedente, fazendo uma pequena renda”, afirmou Moriya.

O engenheiro agrônomo conta que as hortas também funcionam como uma terapia para as pessoas que trabalham nela. A maioria já é de idade e aproveita o tempo na lida com as verduras para passar o tempo de forma mais ativa, além de poder colocar o papo em dia. “É uma terapia, pois ficam o dia inteiro ocupados. Encontram outras pessoas, conversam, se divertem”, disse.

Os participantes do programa confirmam. Maria Aparecida Antonia de Oliveira tem 72 anos, 30 deles dedicados aos canteiros da horta. “Aqui é meu divertimento, adoro mexer com a terra. Do que plantamos, levo um pouco para a casa para comermos, outra parte distribuo para os filhos, para os vizinhos. Sou muito feliz aqui”, descreveu.

 Maria Aparecida Antonia de Oliveira
Maria Aparecida Antonia de Oliveira | Foto: Divulgação - Prefeitura de Cambé

Presidente da horta do Santa Isabel há 12 anos, Laura Camargo, de 75, vive essa rotina há 38 anos. “Eu não vivo sem isso aqui”, disse, apontando para o canteiro. “Além de ocuparmos a cabeça, nos alimenta e fazemos uma rendinha”, completou.

Moriya explica que as folhas predominam entre a produção nas 26 hortas porque permanecem pouco tempo no canteiro, aumentando a rotatividade. “Isso também evita o uso de agrotóxicos e outros produtos químicos”, reforçou o engenheiro agrônomo.

RESTAURANTES

As hortas também abastecem alguns restaurantes da cidade. A empresária Carolina Bonassa Regílio de Souza, dona de uma hamburgueria em Cambé, compra verduras e temperos na horta comunitária. “Gosto muito de comprar os produtos aqui porque são orgânicos e frescos. É tudo muito organizado e o pessoal cuida de tudo com muito carinho e capricho", disse ela, lembrando que há outros fatores para procurar as hortas comunitárias. “Comprando dessas pessoas, fazemos o dinheiro girar na cidade, o que é bom para o comércio, para a economia local.”

 Carolina Bonassa Regílio de Souza
Carolina Bonassa Regílio de Souza | Foto: Divulgação - Prefeitura de Cambé

“As hortas comunitárias de Cambé são modelo no Paraná e exercem um papel muito importante na vida dessas famílias. Nosso projeto é ampliar o número de hortas, chegando a mais pontos na cidade e beneficiando mais famílias”, disse o prefeito Conrado Scheller. (Com informações da Secom/Cambé)

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