Menino morre após assalto em mercearia
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sexta-feira, 07 de janeiro de 2000
Dimitri do Valle
De Curitiba
O garoto V. C. M., 11 anos, foi morto com um tiro nas costas ao fugir de uma mercearia onde participou de um assalto. O principal suspeito de ter dado o tiro é o comparsa do menor conhecido apenas por Jamanta, que está foragido. V. foi transportado por ele numa bicicleta roubada do estabelecimento até a casa da irmã do menino, que morava no bairro Uberaba, onde o assalto aconteceu por volta das 20h30 de quarta-feira.
A necrópsia feita no corpo de V. revelou que ele levou um tiro à queima roupa na região do ombro. O titular da Delegacia de Homicídios, delegado Fauze Salmen, disse que Jamanta é o único que pode ter disparado contra o menor, pela proximidade em que o tiro foi efetuado. O comerciante Ernandes Dias da Silva, 31 anos, negou ter atirado contra os assaltantes. Em depoimento, Silva alegou que quando os ladrões deixaram sua mercearia, procurou pedir ajuda para os vizinhos que estavam na rua. O comerciante foi submetido ontem a exame no Instituo Médico Legal (IML) na tentativa de identificar vestígios de pólvora nas mãos.
Enquanto Jamanta rendia o comerciante, sua mulher, o funcionário e um freguês, V. ficou com a missão de fugir com uma bicicleta utilizada em entregas da mercearia. Ele levava em uma mochila aproximadamente R$ 50,00 retirados do caixa, pacotes de macarrão, feijão e cigarros. Os dois cruzaram a BR-277 em direção a uma favela do bairro Uberaba. O disparo teria ocorrido quando Jamanta alcançou V. e passou a conduzir a bicicleta, segundo o delegado. V. foi deixado já morto na casa de uma irmã. Jamanta fugiu. As únicas descrições fornecidas à polícia são de que ele é de cor negra, tinha cabelos encaracolados e usava óculos escuros no momento do assalto. É possível que Jamanta seja adolescente.
Fauze Salmen diz que não descarta a possibilidade de moradores próximos a mercearia terem disparado contra o menor. O comerciante disse ter escutado dois estampidos quando buscava por ajuda. A polícia procura ainda outro rapaz conhecido por Elias que era colega de V. e de Jamanta. De acordo com familiares ouvidos pela polícia, o menor era viciado em drogas. A mãe nos disse que não conseguia mais segurá-lo em casa. É estarrecedor ver uma criança envolvida num tipo de infração como essa, comentou Salmen.