Faz um mês que Silvio Lino da Silva investiu em uma Kombi para vender água de coco e caldo de cana, às margens do Lago Cabrinha, na zona norte de Londrina. Segundo ele, “a tendência é que o movimento melhore a cada final de semana. Com as mudanças que estão acontecendo, está parecendo o Lago Igapó (na região central). Tem muita gente aproveitando os sábados e domingos por aqui”, comenta.

A presença de famílias no espaço de lazer tem sido um "termômetro" para a Prefeitura Municipal a respeito das benfeitorias que vêm sendo realizadas desde 2020, como o desassoreamento do lago, iluminação em LED e reforma dos parquinhos e pista de caminhada.

Para quem mora na região há 40 anos como Cleonice Cardoso, o Lago Cabrinha voltou a ser uma opção de lazer. “A gente foi deixando de vir por conta da sujeira, do mato alto, da insegurança. Faltava tudo e agora é animador ver que este lugar vem sendo cuidado. Hoje tem até vendedores por aqui e viemos aproveitar a sombra das árvores. Só acho que poderiam ser instalados mais bancos”, diz Cardoso, na companhia da família.

Imagem ilustrativa da imagem Melhorias trazem movimento ao Lago Cabrinha em Londrina
| Foto: Micaela Orikasa - Grupo Folha

LETREIRO E NASCENTE

No ano passado, a área recebeu o letreiro “Eu Amo Londrina”, reconhecendo o local como um grande ponto turístico de Londrina, em especial da região norte. No mesmo período, começaram os trabalhos de recuperação da nascente do Cabrinha, com o rearranjo de rochas basálticas e plantio de vegetação, formando uma barreira de contenção para reduzir a velocidade da água das chuvas. Também foram colocadas pedras com o intuito de formar pequenas piscinas escalonadas para evitar problemas como inundações e deslizamentos de terra.

A revitalização foi entregue oficialmente na semana passada. O projeto realizado pela Prefeitura Municipal em parceria com a organização internacional Iclei - governos locais pela sustentabilidade e Ministério do Meio Ambiente, Proteção da Natureza e Segurança Nuclear da Alemanha – tem como objetivo proteger e aflorar as águas da nascente, diminuir o impacto das chuvas fortes no local, melhorar a qualidade da água e do solo, conservar a biodiversidade e promover a qualidade de vida da população.

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| Foto: Micaela Orikasa - Grupo Folha

A Região Metropolitana de Londrina faz parte da iniciativa do Interact-Bio do IcleiI América do Sul desde 2017. O objetivo da organização internacional é apoiar os governos locais para o correto aproveitamento da natureza em prol da conservação da biodiversidade e dos ecossistemas e da sustentabilidade ambiental e econômica. No Brasil, além de Londrina, participam as regiões metropolitanas de Campinas e de Belo Horizonte.

BASEADAS NA NATUREZA

“A nascente do Cabrinha tinha problemas antigos, de erosão e assoreamento, e por meio desta parceria foi possível trazer soluções baseadas na natureza que trabalharam com a disposição de pedras, a fim de conter e reduzir a velocidade da água das chuvas, e fazer a utilização de plantas que além de contribuir com a purificação e oxigenação da água, funcionam como barreiras. A ideia do projeto é que ele seja uma vitrine para outros que a Prefeitura quer executar”, explicou o presidente do Ippul (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina), Tadeu Felismino.

No projeto, foram usadas as chamadas SbN (Soluções Baseadas na Natureza), que constituem medidas inspiradas, apoiadas ou copiadas da natureza, a fim de atender simultaneamente objetivos ambientais, sociais e econômicos. Paulo Sérgio do Vale, morador do conjunto Violin, diz que tem acompanhado os serviços no local. “Tenho visto que as pessoas estão frequentando, utilizando o espaço como deve ser. Fazia muito tempo que tudo aqui estava abandonado”, diz.

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| Foto: Micaela Orikasa - Grupo Folha

Entre os "novos" frequentadores está o casal Luzinete Alves e Moura e João Batista, que mora no conjunto Mister Thomas, na região leste. “A gente passava por aqui, mas não era um lugar que chamava a atenção. Nas últimas semanas, fomos percebendo um maior movimento e resolvemos visitar no domingo passado e hoje estamos de volta, mas agora com nossos netos. Todo mundo sente falta de espaços ao ar livre assim”, afirma. (Com informações do N.Com)

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