Após dez anos de espera e problemas, as 144 famílias contempladas para morar no residencial Alegro Village, no conjunto Jamile Dequech, na zona sul de Londrina, finalmente receberam as chaves. A entrega oficializando o término das obras aconteceu na última terça-feira (16), em cerimônia no próprio residencial. A partir de agora, as pessoas já podem se mudar para o próprio apartamento.

A maioria dos futuros moradores são mulheres, chefes de família, o que corresponde a 76% do total, de acordo com levantamento da Cohab (Companhia de Habitação de Londrina). É o caso da atendente Karine Brito, que sozinha cuida dos filhos e que sempre morou de aluguel. “É uma grande vitória, sou mãe solo, batalho muito. É gratificante saber que vou pagar o que é meu e não dos outros. Vou começar 2025 com o pé direito”, definiu.

Quem também está feliz com a certeza de que no próximo ano terá um lugar para chamar de seu é a dona de casa Anita Nogueira, que há 14 anos estava na fila de habitação. Ela pretende se mudar em janeiro com o marido. “Gasto um dinheiro de aluguel que não volta mais, é um dinheiro que agora vou pagar o apartamento”, contou.

O residencial começou a ser construído em 2014 pelo Governo Federal. Entretanto, a construtora responsável abandonou o projeto em 2018, quando decretou falência, deixando apenas de 25% dos serviços para conclusão. Uma nova empreiteira assumiu as intervenções em 2019, porém, no ano passado o vínculo foi desfeito pelo não cumprimento do cronograma. Coube a uma terceira empresa finalmente terminar os trabalhos. O custo total foi de cerca de R$ 18 milhões.

São nove blocos com quatro andares cada e apartamentos de 44 metros quadrados que contam com sala, cozinha, dois quartos e banheiro. Noventa e cinco famílias, que são beneficiárias do Bolsa Família ou do BPC (Benefício de Prestação Continuada), receberam o imóvel por doação, desde que utilizem para a própria moradia. “As outras pessoas terão uma prestação correspondentes a 10% da renda mensal e por cinco anos”, comentou o prefeito Marcelo Belinati.

FILA DE ESPERA

Londrina tem aproximadamente 50 mil pessoas cadastradas na Cohab em busca de uma casa. “É um cadastro com a expectativa da necessidade de moradia da pessoa. Em cada programa a pessoa precisa se apresentar e fazer o cadastro. Deste número, sete mil moram de aluguel, de favor, no fundo da casa dos pais. Dentro deste número ainda são quatro mil pessoas num estado precário, que precisam da moradia a custo zero ou, se tiver que pagar, no máximo 10% do valor da renda”, detalhou o presidente da companhia, Edimilson Salles.