Mãe deverá processar médico que negou atestado para cuidar de filho doente
Caso poderá ser levado à justiça pela defesa da mulher; CRM instaurou procedimento para apurar episódio dentro da UPA de Cambé
PUBLICAÇÃO
quarta-feira, 22 de maio de 2024
Caso poderá ser levado à justiça pela defesa da mulher; CRM instaurou procedimento para apurar episódio dentro da UPA de Cambé
Pedro Marconi
A mãe da criança de cinco anos que teve o atestado de acompanhante negado para ficar com o filho doente por um médico da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Cambé (Região Metropolitana de Londrina) deverá processar o profissional de saúde. “Entendemos que ocorreu uma infração ética e legal. Verificamos que outros órgãos públicos já tomaram algumas medidas e vamos solicitar e acompanhar os procedimentos e eventual reparação será proposta em medida judicial”, afirmou o advogado Hércules Augusto Chiararia, que faz a defesa da mulher.
O caso aconteceu na segunda-feira (20) e a FOLHA mostrou na terça (21) que o médico foi afastado pela prefeitura cambeense e também pelo Cismepar (Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio Paranapanema), com ambos abrindo procedimento administrativo para apurar o episódio.
A defesa da mãe do garoto também pediu informações sobre o médico para o Cismepar, instituição na qual presta serviços. "Estaremos aguardando toda a documentação para fazer de maneira cautelosa o estudo sobre os fatos, a forma de contratação do profissional, para entender a melhor medida judicial para que haja reparação à mãe e ao menor", frisou Chiararia.
O CRM-PR (Conselho Regional de Medicina do Paraná) também acompanha a situação do médico. “O CRM-PR informa que irá instaurar procedimento sindicante para apurar o ocorrido. Como determina o Código de Processo Ético-Profissional, o trâmite ocorre sob sigilo, assegurando-se os requisitos de contraditório e ampla defesa”, pontuou, em nota. “O profissional está regularmente inscrito neste conselho”.
O garoto foi levado pela mãe até a unidade após passar mal em razão de asma, com febre alta. No vídeo gravado pela mulher, que trabalha como porteira, o profissional sugere que a criança fosse deixada em casa sozinha. “Qual o risco de deixar ele em casa sozinho?” foi um dos questionamentos feitos pelo servidor, que é terceirizado. A FOLHA não localizou o advogado do médico.
(Atualizada)