Um macaco prego, um quati, um gato maracajá e um gambá morreram por atropelamentos na área urbana de Londrina desde domingo 22). Esses são casos registrados, mas existe a possibilidade de outras ocorrências na cidade que não chegaram aos órgãos ambientais. "É uma tristeza verificar animais silvestres morrendo assim. Se nada for feito, o problema pode piorar", alerta a médica-veterinária Daniele Martina, coordenadora do Hospital Veterinário da UniFil e do Centro de Apoio à Fauna Silvestre (CAFS), ligado ao Governo do Estado.

Uma macaquinha de três a quatro anos foi socorrida na segunda-feira (dia 23) à noite, nas proximidades do Parque Arthur Thomas (zona sul), e levada ao HV com várias fraturas e lesões no fígado, baço, bexiga e intestino.

"Um morador das imediações ligou no hospital da UniFil, acionamos a Polícia Ambiental que levou o animal para atendimento. Chegou em estado gravíssimo, fizemos os procedimentos de emergência, radiografia e ultrassom. Infelizmente não conseguimos salvá-lo", relata a veterinária. Também na segunda-feira, ela presenciou o atropelamento e a morte de um gato maracajá, espécie ameaçada de extinção, na Rodovia Mábio Palhano, também na zona sul.

Tiros

Sobre a fêmea de macaco prego, Daniele Martina conta que foi mais triste ainda constatar que estava cheia de leite nas mamas, indicando que tinha parido filhote recentemente. Outro agravante é que apresentava dois chumbinhos no corpo, um no tórax e outro na pelve.

"A macaquinha levou tiros de alguém que quis afugentá-la ou até retirar seu filho. Um absurdo atirar no animal. E depois ainda ver que morreu vítima de atropelamento nas proximidades do Parque Arthur Thomas, uma área de preservação onde espécies silvestres deveriam estar protegidas", afirma a especialista.

Já o quati foi encontrado morto perto do IDR-Iapar (região sul) e o gambá na região oeste da cidade.


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Daniele Martina, médica-veterinária -

Atenção dos motoristas

A coordenadora do HV da UniFil e do CAFS pede atenção dos motoristas quando trafegam em locais que possam abrigar animais. Também sugere ações dos órgãos de trânsito para fortalecer a sinalização sobre a presença de bichos e instalar redutores de velocidade para reduzir as mortes.

Reportagem publicada na FOLHA mostra que, nos últimos sete meses, pelo menos 16 animais silvestres que saíram do Parque Arthur Thomas em busca de comida morreram atropelados.

(Com informações do HV da Unifil)

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