A Associação Flávia Cristina, que desenvolverá o projeto em parceria com a prefeitura municipal, pede doações de móveis e eletrodomésticos
A Associação Flávia Cristina, que desenvolverá o projeto em parceria com a prefeitura municipal, pede doações de móveis e eletrodomésticos | Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

Um projeto de residência inclusiva para deficientes físicos começa a ser implantado em Londrina. A iniciativa é uma parceria da Associação Flávia Cristina com o poder público. Um chamamento público foi lançado pelo município em 2020 em busca de interessados e a entidade localizada na zona norte foi a contemplada. Serão três imóveis com capacidade para acolher até dez pessoas, totalizando 30 vagas. A expectativa é de que entrem em funcionamento até março.

“No mundo atual, em que falamos de inclusão, ela deve ocorrer em todos os âmbitos. A residência surge para romper a prática da institucionalização a segregação das pessoas com deficiência. Essas residências serão incluídas dentro da comunidade, com toda a acessibilidade e estrutura para que possam viver”, explicou Cibele Hencklain Blaaw, diretora-geral da Associação Flávia Cristina.

A instituição fará a gestão dos espaços. Por mês a prefeitura irá repassar R$ 114,5 mil em contrato de um ano, porém, há contrapartida da associação. A intenção era de que os imóveis ficassem na região norte, entretanto, pela falta de opções de locais adequados, as casas escolhidas estão situadas na área central da cidade. “Serão em bairros residenciais, sem nada que caracterize uma institucionalização. São residências inicialmente alugadas”, informou. As edificações estão recebendo intervenções para que fiquem totalmente acessíveis.

ESCOLHA

A seleção dos moradores será feita por uma equipe multidisciplinar. Segundo Blaaw, 13 pessoas já estão listadas na secretaria de Assistência Social, podendo se tornar moradoras. “São moradias para pessoas com deficiência em situação de dependência. A secretaria possui alguns cadastros de pessoas que se encontram nesta situação. Haverá central de vagas e encaminhamento”, destacou.

Poderão viver nesses imóveis pessoas entre 18 e 59 anos que tenham dificuldade acentuada nos autos cuidados, atividades da vida diária e para se sustentar. Estas pessoas terão acompanhamento de diversos profissionais, como terapeutas ocupacionais, assistentes sociais, psicólogos e cuidadores, além de um coordenador para gerenciar.

AUTONOMIA

O objetivo é que com o passar do tempo os moradores possam desenvolvendo autonomia. “É vê-los como sujeitos de direito e que, por mais que tenham grau de dificuldade, poderão realizar suas escolhas, ir e vir, estudar, trabalhar durante o dia e retornar para casa”, frisou. Também será uma forma de fortalecimento de vínculos familiares que estejam rompidos ou fragilizados.

O serviço será gratuito e não existe período pré-estabelecido para permanência. “É um serviço inédito em Londrina. Iremos oferecer a essas pessoas, que já estão privadas do convívio familiar, toda segurança, atendimento e acompanhamento necessário por equipes especializadas”, destacou Jacqueline Micali, secretária municipal de Assistência Social.

DOAÇÕES

Atuando há cerca de 25 anos em prol das pessoas com deficiência, a Associação Flávia Cristina está aceitando doações de equipamentos mobiliários e eletrodomésticos para equipar as três casas. Os objetos podem ser novos ou usados em bom estado de conservação. “A verba não prevê a montagem e compra de mobiliário. Por isso, pedimos a ajuda da população para que consigamos montar as residências”, solicitou Cibele Hencklain Blaaw.

SERVIÇO - Quem quiser ajudar poder entrar em contato com a associação pelo telefone (43) 3327-4828. A entidade disponibiliza uma lista com os itens que está precisando.