Londrina tenta ‘lançar semente’ para rotina com menos carro
Com avenida Higienópolis aberta só para pedestres, em dia de calor intenso, evento da CMTU prossegue até 17h
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sábado, 23 de setembro de 2023
Com avenida Higienópolis aberta só para pedestres, em dia de calor intenso, evento da CMTU prossegue até 17h
Lucas Marcondes
Pedestres têm pista livre na Avenida Higienópolis durante a manhã e a tarde deste sábado (23). Parte da via da área central, entre as ruas Sergipe e Alagoas, foi ocupada por serviços gratuitos, atrações culturais e atividades esportivas. A finalidade, fazer do evento “Higienópolis Aberta” uma forma de anotar no calendário mais uma edição do Dia Mundial Sem Carro em Londrina (a data é em 22 setembro).
Prefeito em exercício até esta segunda-feira (25) — quando Marcelo Belinati (PP) reassume o cargo após ter entrado em férias no último dia 6 —, o vice-prefeito João Mendonça (Pode) reforçou que a Higienópolis é um “cartão-postal” londrinense. “A comunidade precisa vir junto com a administração tomar conta a cidade. A cidade é dela.”
MAIS CICLOVIAS
O chefe temporário do Executivo também pediu que a população procure incluir na rotina outras formas de locomoção, como o ônibus e a bicicleta. “Utilizando esse transporte, o cidadão vai ajudar muito na questão de mobilidade, diminuindo a quantidade de veículos em trânsito, a emissão de gases.” De acordo com ele, a prefeitura tem programação de construir novas ciclovias em Londrina.
Conforme o gerente de comunicação da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), Carlos Eduardo Ribeiro, o intuito de ações como a deste sábado “não é acabar com o carro”, mas sim “pensar formas alternativas de se locomover pela cidade.”
“Através dessa vivência, as pessoas conseguem captar essa mensagem, como é bacana você ter uma rua livre para caminhar, jogar uma bola. Vai criando aquela sementinha na cabeça da pessoa”, argumentou Ribeiro.
MORTES AUMENTARAM, APONTA CMTU
Em 2022, foram 56 vidas perdidas no trânsito de Londrina. Já em 2021, o número chegou a 62. Embora não estivesse com os dados de 2023 em mãos, o gerente da companhia apontou que, no atual ano, o trágico cômputo deve ser maior em comparação com o período anterior.
“A gente percebeu que houve um acréscimo, principalmente envolvendo motociclistas. Eles representam cerca de 50% dos óbitos [...] Antigamente, para ser um entregador, tinha que ter uma experiência maior de moto. Hoje em dia não. Você baixa um aplicativo no celular e vira um entregador na hora [...] É claro que nem todos os acidentes são culpa do motociclista, muitas vezes ele foi vítima da situação”, comentou Ribeiro.
Há, inclusive, dificuldade em fechar turmas no curso gratuito de pilotagem defensiva ofertado periodicamente pela CMTU a condutores de motos. “A gente não aumenta o número de ações porque não tem interessados. A gente abre vagas e muitas vezes não aparecem motociclistas.”
A iniciativa deste sábado foi realizada de forma conjunta entre poder público e sociedade, reunindo órgãos como a CMTU, secretarias municipais e forças de segurança, além de empresas e grupos de moradores — entre eles, a Comissão da Higienópolis e a URBdata, empresa local de planejamento urbano.