Os arrombamentos em unidades escolares municipais de Londrina vêm aumentando ao longo dos últimos meses. Somente neste ano foram 43 ocorrências, sendo 27 entre abril e maio. O primeiro trimestre teve 16 registros. A média é de uma invasão a cada 3,5 dias. Em todo o ano de 2019 foram contabilizadas 61 violações. A secretaria municipal de Educação credita o aumento ao período de fechamento dos prédios em razão da pandemia do novo coronavírus.

 Unidade escolar localizada na zona norte: cinco invasões neste ano e várias trocas de cadeado
Unidade escolar localizada na zona norte: cinco invasões neste ano e várias trocas de cadeado | Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

“Normalmente temos mais ocorrências no período de férias, quando as escolas ficam fechadas por um tempo longo. Nestes últimos meses as escolas acabaram não contando com a presença de funcionários, já que aulas presenciais foram suspensas”, afirmou Maria Tereza Paschoal de Moraes, responsável pela pasta. “Às vezes só pulam e sujam”, relatou.

Em outras oportunidades os criminosos levam equipamentos eletrônicos e deixam o prejuízo. São aparelhos de ar-condicionado, som, televisores e computadores que desfalcam o trabalho realizado nas escolas, mesmo com as crianças estudando em casa. Localizada no conjunto João Paz, na zona norte de Londrina, a escola municipal Aristeu dos Santos Ribas já registrou cinco invasões neste ano. Quatro delas aconteceram nos últimos dois meses.

NA ZONA NORTE

A última foi no início desta semana. Um rapaz entrou pelo portão principal da unidade e foi direto na sala da biblioteca, onde estavam caixas de som que ficaram de outro recente furto, quando levaram um home theater. O invasor só não furtou nada por não ter conseguido quebrar um cadeado. A escola tem câmeras de segurança e a GM (Guarda Municipal) prendeu o rapaz.

Trabalhando na Aristeu dos Santos Ribas há 28 anos, Márcia Cristina Vinagre Silva já perdeu as contas de quantos cadeados foram violados e tiveram que ser trocados desde janeiro. “Eu a comunidade nos sentimos impotentes diante desta situação. São muitos anos aqui e a comunidade fica sentida”, lamentou a atual diretora da instituição.

MOVIMENTAÇÃO

De acordo com a secretária de Educação, a pasta está trabalhando junto com à Defesa Social para intensificação da ronda, principalmente nas escolas e CMEI (Centros Municipais de Educação Infantil) com histórico de arrombamentos. “Além disso, as escolas têm ficado abertas para a população, funcionando com equipes de limpeza, gestores, em escala de revezamento. Os pais têm procurado para tirar dúvidas do plano de estudos, buscam cesta básica. Essa movimentação afasta pessoas mal-intencionadas”, apontou Moraes.

ALARME MONITORADO

Está prevista para as próximas semanas a publicação de uma licitação para contratação de uma central de alarme. O custo máximo estimado é de cerca de R$ 150 mil, com recursos da Educação. A aquisição servirá para ampliação do atual software da GM, que passará a fazer o monitoramento por alarme das unidades educacionais.

Imagem ilustrativa da imagem Londrina tem uma escola municipal arrombada a cada 3,5 dias
| Foto: Folha Arte

Algumas escolas contam com sistema próprio de alarme, deixado por uma empresa terceirizada que já fez a segurança no município. Outras unidades terão que comprar os equipamentos via associação de pais e mestres ou com recursos do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica). Londrina tem 120 prédios escolares. A maioria não conta com câmera de segurança.

CUIDADO

Para Maria Tereza Paschoal de Moraes, é essencial que a comunidade ajude a cuidar do patrimônio escolar. “A escola não é da prefeitura, é da comunidade. Temos mostrado isso neste momento, com ações sociais, como entrega do Cartão Comida Boa. Não adianta colocar câmera e guarda municipal se as pessoas não cuidarem. O trabalho é conjunto.”