Londrina tem uma escola municipal arrombada a cada 3,5 dias
Número de invasões cresceu nesse período em que os prédios estão fechados, em razão da pandemia do novo coronavírus
PUBLICAÇÃO
quarta-feira, 03 de junho de 2020
Número de invasões cresceu nesse período em que os prédios estão fechados, em razão da pandemia do novo coronavírus
Pedro Marconi - Grupo Folha
Os arrombamentos em unidades escolares municipais de Londrina vêm aumentando ao longo dos últimos meses. Somente neste ano foram 43 ocorrências, sendo 27 entre abril e maio. O primeiro trimestre teve 16 registros. A média é de uma invasão a cada 3,5 dias. Em todo o ano de 2019 foram contabilizadas 61 violações. A secretaria municipal de Educação credita o aumento ao período de fechamento dos prédios em razão da pandemia do novo coronavírus.
“Normalmente temos mais ocorrências no período de férias, quando as escolas ficam fechadas por um tempo longo. Nestes últimos meses as escolas acabaram não contando com a presença de funcionários, já que aulas presenciais foram suspensas”, afirmou Maria Tereza Paschoal de Moraes, responsável pela pasta. “Às vezes só pulam e sujam”, relatou.
Em outras oportunidades os criminosos levam equipamentos eletrônicos e deixam o prejuízo. São aparelhos de ar-condicionado, som, televisores e computadores que desfalcam o trabalho realizado nas escolas, mesmo com as crianças estudando em casa. Localizada no conjunto João Paz, na zona norte de Londrina, a escola municipal Aristeu dos Santos Ribas já registrou cinco invasões neste ano. Quatro delas aconteceram nos últimos dois meses.
NA ZONA NORTE
A última foi no início desta semana. Um rapaz entrou pelo portão principal da unidade e foi direto na sala da biblioteca, onde estavam caixas de som que ficaram de outro recente furto, quando levaram um home theater. O invasor só não furtou nada por não ter conseguido quebrar um cadeado. A escola tem câmeras de segurança e a GM (Guarda Municipal) prendeu o rapaz.
Trabalhando na Aristeu dos Santos Ribas há 28 anos, Márcia Cristina Vinagre Silva já perdeu as contas de quantos cadeados foram violados e tiveram que ser trocados desde janeiro. “Eu a comunidade nos sentimos impotentes diante desta situação. São muitos anos aqui e a comunidade fica sentida”, lamentou a atual diretora da instituição.
MOVIMENTAÇÃO
De acordo com a secretária de Educação, a pasta está trabalhando junto com à Defesa Social para intensificação da ronda, principalmente nas escolas e CMEI (Centros Municipais de Educação Infantil) com histórico de arrombamentos. “Além disso, as escolas têm ficado abertas para a população, funcionando com equipes de limpeza, gestores, em escala de revezamento. Os pais têm procurado para tirar dúvidas do plano de estudos, buscam cesta básica. Essa movimentação afasta pessoas mal-intencionadas”, apontou Moraes.
ALARME MONITORADO
Está prevista para as próximas semanas a publicação de uma licitação para contratação de uma central de alarme. O custo máximo estimado é de cerca de R$ 150 mil, com recursos da Educação. A aquisição servirá para ampliação do atual software da GM, que passará a fazer o monitoramento por alarme das unidades educacionais.
Algumas escolas contam com sistema próprio de alarme, deixado por uma empresa terceirizada que já fez a segurança no município. Outras unidades terão que comprar os equipamentos via associação de pais e mestres ou com recursos do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica). Londrina tem 120 prédios escolares. A maioria não conta com câmera de segurança.
CUIDADO
Para Maria Tereza Paschoal de Moraes, é essencial que a comunidade ajude a cuidar do patrimônio escolar. “A escola não é da prefeitura, é da comunidade. Temos mostrado isso neste momento, com ações sociais, como entrega do Cartão Comida Boa. Não adianta colocar câmera e guarda municipal se as pessoas não cuidarem. O trabalho é conjunto.”