Imagem ilustrativa da imagem Londrina tem risco de epidemia de dengue; confira regiões mais afetadas
| Foto: Saulo Ohara



Londrina está em risco epidemiológico em relação à infestação do mosquito Aedes aegypti, que transmite dengue, zika vírus e chikungunya. Dados do 4º e último LIRAa (Levantamento Rápido de Infestação do Aedes aegypti) de 2017, revelam um índice geral no município de 4,3%. Os resultados foram divulgados ontem de manhã, pelo secretário municipal de Saúde, Felippe Machado.

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Os agentes de endemias vistoriaram 8.823 locais entre os dias 06 e 11 de novembro, e a cada 10 imóveis, quase metade tinham focos do mosquito. Para se ter uma ideia do risco, o Ministério da Saúde preconiza como satisfatório, o índice abaixo de 1%. Já o estado de alerta é quando menos de 3,9% dos imóveis avaliados têm focos positivos. O município está acima disso.

No LIRAa anterior, realizado entre os meses de julho e agosto, o índice estava bem abaixo, com 0,5%. O secretário disse que o aumento era esperado devido às pancadas de chuvas isoladas das últimas semanas e menor cuidado preventivo por parte da população.

A região com maior percentual de infestação é a norte, com 5,20% dos imóveis com focos. Na sequência, estão as regiões leste (4,73%), centro (4,51%), sul (4,05%) e oeste (2,59%). Já em um recorte por bairro, os mais preocupantes são: Chácara Eucaliptos (38%); Chácara São Miguel (37%); Royal Golf (30%); Parigot de Souza (24%); Parque Industrial Germano Balan (21%); Petrobras (21%); Vila Casoni (15%); Jardim Rosicler (15%); Jardim Oriente (14%) e Parque das Indústrias Leves (14%).

"Estamos analisando esses resultados com preocupação, até porque estamos entrando no período de calor. No entanto, apesar do estado de alerta para a infestação, o número de casos confirmados de dengue estão relativamente controlados", afirma.

Segundo ele, atualmente são 34 casos confirmados e mais de 4 mil notificações. "No mesmo período do ano passado, estávamos com 5.127 casos confirmados e mais de 15 mil notificações. A ideia é intensificar as ações de combate para não aumentar os números da doença", destaca.

ZIKA

Em relação ao zika vírus, da 1ª à 46ª semana epidemiológica de 2017, dados do Sinannet/Datasus (Sistema de Informação de Agravos de Notificação) mostram apenas notificações, sendo 28 no total. Quanto ao chikungunya, dos 42 casos notificados, um foi confirmado e seis estão em andamento.

"As ações de campo através das equipes de endemias serão intensificadas nas regiões de maior risco em paralelo aos trabalhos educativos. Se necessário, aplicaremos na sequência, estratégias mais agressivas em parceria com o Estado, como por exemplo, o fumacê", comenta o secretário.

CRIADOUROS

A maior parte dos criadouros do mosquito Aedes aegypti estão dentro das residências, especialmente em vasos de plantas e bebedouros de animais. "Também encontramos muitos focos em materiais em desuso, depositados nos quintais", diz o agente de endemias Maykon José de Oliveira.

Ele atua no combate ao mosquito há cerca de cinco anos e diz que apesar da população ter consciência sobre os perigos das doenças transmitidos pelo Aedes aegypti, têm percebido que poucos têm o hábito de vistoriar a casa, especialmente após as chuvas.

Em pouco mais de duas horas percorrendo o bairro São Paulo II, na zona norte, Oliveira encontrou dois focos em um terreno baldio. "Tinham larvas em uma embalagem de produto de limpeza e em uma lata de tinta. Neste último, encontrei o mosquito nas três fases: larva, pupa e o mosquito pronto para voar", conta.

A poucos passos do terreno, o agente de endemias Douglas Henrique Guerino vistoriava o quintal de Rute Teixeira. Ao ser questionada sobre a dengue, ela respondeu saber apenas que se trata de um bichinho que pica e pode matar.

Apesar do conhecimento sobre o perigo da doença, a dona de casa não imaginava que focos do mosquito estava por perto, especificamente em um tambor com restos de material de construção. Ao avaliar a água parada, Guerino encontrou muitas larvas. "Nessa fase, podemos escoar a água que a elas morrem, mas o ideial é que esse recipiente seja lavado, pois pode conter ovos que sobrevivem até um ano em ambiente seco", ressalta.