O resultado do 1º LIRAa (Levantamento Rápido de Infestação do Aedes aegypti) do ano, divulgado nesta segunda-feira (16), colocou Londrina em risco para epidemia de dengue. O índice de infestação vetorial foi de 5,5%, número muito acima do classificado como satisfatório pela OMS (Organização Mundial da Saúde), que é abaixo de um. O último levantamento do ano passado, por exemplo, em novembro, foi de 3%, percentual que era de alerta.

“O número é preocupante, em que pese as nossas equipes técnicas já apontarem que seria maior que o último. Historicamente a média é maior em janeiro. Porém, isso não reduz nossa atenção, ainda mais com o tempo quente intercalado com as chuvas”, destacou o secretário municipal de Saúde, Felippe Machado. “Todas as regiões estão bem acima do que é preconizado pelo Ministério da Saúde e OMS”, alertou.

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A zona norte tem a situação mais preocupante, com índice de infestação de 7,20%, seguida da sul (6,07%), centro (4,63%), oeste (4,45%) e leste (3,93%). A região norte também tem a maioria dos casos da doença notificados entre 23 de outubro e 13 de janeiro, somando 34,7%. O conjunto Luiz de Sá é um dos bairros que mais tem chamado a atenção da secretaria de Saúde. “É uma localidade que tem mosquito e o vírus circulante. É uma região propensa a ter surto”, advertiu Nino Ribas, coordenador de Endemias da pasta.

Andando pelo bairro, é comum se deparar com alguns pontos da via com lixo acumulado, o que pode ser um ponto de proliferação do mosquito Aedes aegypti. “Tem papel de bala, sacola, embalagem de iogurte. A prefeitura precisa limpar, mas as pessoas têm que colaborar, porque se tem lixo na rua é porque alguém jogou. Falta consciência e respeito com o próximo”, cobrou o auxiliar de serviços gerais Jorge da Rocha.

A cozinheira aposentada Edna da Silva nunca teve dengue e tem feito de tudo para não entrar nas estatísticas. “O quintal de casa é grande e moro cozinha, mas estou sempre limpando e tomando cuidado. Os vasos de planta virei todos. Se não cuidar, vamos ter problema”, destacou.

Outros os bairros críticos são a Vila Hípica, que registrou 33,3% de imóveis com dengue, seguida do Flores do Campo (30,2%), Castelo (30,6%), Paulista (27,7%) e Santa Joana (23,5%).

Pelo menos 87% dos criadouros com larvas foram identificados em objetos em desuso jogados nos quintais, em vasos de plantas e água de chuva armazenada. Outros 13% estavam em materiais dentro das residências. Os servidores estiveram nas ruas entre os dias três e dez de janeiro, quando vistoriaram 10.277 imóveis.

MEDIDAS

Segundo Machado, as ações em campo serão intensificadas nos próximos dias, em especial nos bairros com maios incidência de focos e casos. Por enquanto está descartada a utilização do fumacê. “Vamos usar a bomba costal, que é um veneno muito semelhante com o que utilizamos no fumacê, entretanto, é de maneira mais direcionada naqueles locais em que se justifica. Essas ações só terão um impacto relevante quando cada morador fazer sua parte”, lembrou.

Imagem ilustrativa da imagem Londrina tem índice de risco para epidemia de dengue
| Foto: Folha Arte / Gustavo Padial

CASOS

No ano passado, Londrina registrou 14.443 casos notificados de dengue, com 3.153 confirmados, 10.207 descartados e 1.083 que ainda estão em análise. Duas pessoas perderam a vida. Neste ano já foram 132 notificações da doença, com um caso positivo e outros 127 ainda sendo analisados.

As pessoas podem denunciar criadouros de dengue pelo número 0800 400 1893. “Muitas vezes a pessoa que denuncia acaba tendo mais focos de dengue no seu quintal do que o próprio denunciado. É uma ferramenta que utilizamos e todas as denúncias são averiguadas”, contou o secretário.

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