Mutirão de limpeza para eliminar focos está sendo realizado na zona leste
Mutirão de limpeza para eliminar focos está sendo realizado na zona leste | Foto: Pedro Marconi - Grupo Folha

Em menos de três meses, Londrina já tem 619 casos confirmados de dengue em 2021. A cidade ainda contabiliza uma morte ocasionada pela doença e apura outras duas. No total, o município soma 3.742 notificações por arbovirose, sendo que 1.353 foram descartadas e 1.769 ainda estão sendo investigadas. Os dados foram apresentados nesta sexta-feira (19) numa reunião on-line do Comitê Ampliado da Dengue, que reúne representantes da saúde e sociedade civil.

O poder público listou 256 bairros com histórico nos últimos 15 anos de início de epidemia, fazendo a verificação em praticamente todos os imóveis. A partir de ferramenta do Ministério da Saúde foram classificadas como situação de risco 99 localidades, enquanto que outras 157 foram consideradas de risco médio.

A região mais problemática atualmente é a noroeste, com índice de infestação de 8%. Os bairros com situação crítica nesta área são o Nossa Senhora Aparecida, Vista Bela, jardim Santo André, Maria Cecília e jardim Palmas. Na sequência aparecem as zonas sul e centro (6%), leste (5%) e oeste (4%). O percentual geral na cidade em relação à infestação é de 5,4%, número acima do preconizado pelo Ministério da Saúde e que indica eventual risco de epidemia.

De acordo com a secretaria municipal de Saúde, 99% dos focos do mosquito Aedes aegypti são encontrados dentro das residências. Por conta da pandemia de coronavírus, os agentes têm feito a vistoria nos quintais e não entram nas casas. “Mesmo assim o número de focos encontrado é muito grande e os índices apresentam isso. Precisamos da colaboração de todos, porque se o mosquito mata, não pode nascer”, destacou Nino Ribas, coordenador de Controle de Endemias da secretaria municipal de Saúde.

Para evitar que Londrina volte a enfrentar uma epidemia de dengue, como foi no ano passado, a pasta propôs e vem executando uma série de ações. Entre as iniciativas está a manutenção das atividades de rotina das residências de alto risco a cada 15 dias e naquelas consideradas críticas a cada mês.

Além disso, o fumacê vai percorrer os bairros preocupantes a partir da semana que vem. A programação inicia nos conjuntos Eucaliptos, Lindóia, Waldemar Hauer e Vila Romana, todos na zona leste. O carro com o produto passará das 5h até as 10h e das 17h às 21h. A orientação é para que as pessoas deixem as casas abertas.

‘BOTA FORA’

Outra medida é realização de mutirões de limpeza, em parceria com a CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização), para retirada de entulhos, galhos e recipientes que possam servir como criadouros para o mosquito. Na sexta-feira o serviço começou pelo jardim Califórnia e prossegue nos próximos dias em bairros do entorno, como San Fernando e Cambezinho. “A visita acontece nos locais com maior incidência e notificação de casos. É importante que a população colabore e descarte o que não é mais necessário”, destacou Marcelo Cortez, presidente da companhia.

Pelo menos quatro caminhões e uma retroescavadeira estão sento utilizados para recolher os materiais deixados na calçada pelos moradores. “Não dá para descuidar. Em casa procuro manter o quintal limpo, mas tem gente que não faz o mesmo, infelizmente. A época já está difícil, então, o cuidado precisa ser redobrado com a dengue”, refletiu a dona de casa Francisca Soares de Almeida.

DIFERENCIAÇÃO

Segundo o secretário municipal de Saúde, o desafio neste momento é saber diferenciar os casos de coronavírus daqueles que são de dengue, já que alguns sintomas são comuns. A indicação é para que ao sentir os sinais, a pessoa procure um serviço de saúde. “O profissional de saúde tem a responsabilidade e o dever de fazer o diagnóstico diferencial, direcionando para qualquer uma das unidades ou as respiratórias. Em todas as unidades os servidores estão capacitados”, frisou Felippe Machado, que também alertou sobre a possibilidade de contrair o coronavírus e a dengue ao mesmo tempo.

SERVIÇO - Denúncias sobre focos do mosquito Aedes aegypti podem ser feitas no Disque Dengue por meio do número (43) 0800 400 1893. O atendimento é de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h

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