Principal obra municipal em execução na cidade, a trincheira que está sendo construída no cruzamento da avenida Leste-Oeste com Rio Branco, na área central de Londrina, passou o dia com o canteiro sem nenhuma movimentação. Ao lado das barreiras de concreto e das tubulações, as máquinas permaneceram paradas. A falta de serviço foi uma reação dos cerca de 60 trabalhadores, que fizeram uma paralisação nesta quinta-feira (23).

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Os operários alegam que o vale alimentação de quase R$ 600 que deveria ter sido repassado no último dia 20 ainda não caiu na conta. Outra reclamação é de que os valores do FGTS não estariam sendo depositados da forma correta. “Não é a primeira vez que temos que parar de trabalhar para chamar a atenção da empresa para a situação que estamos ou até mesmo de companheiros que foram desligados. Só queremos o que é nosso”, afirmou um trabalhador, que preferiu não ter o nome divulgado.

Quem passa pela localidade com frequência afirma que o andamento da obra está lento há várias semanas. “Tem dia que vemos poucos operários aqui ou até mesmo nenhum. Já presenciei outras paralisações e isso só faz com que essa construção seja praticamente eterna. Está gerando muito transtorno aqui, em dia de chuva o asfalto é tomado pela lama”, relatou o entregador Willian De Luca. A obra tem custo de R$ 34,2 milhões.

CRONOGRAMA

A paralisação é mais um capítulo que envolve a “novela” da trincheira, que deveria ter ficado pronta em janeiro, no entanto, a prefeitura autorizou um aditivo com novo prazo em julho. Medição de fevereiro apontou 47,48% de execução dos serviços previstos no projeto. A FOLHA mostrou que no início do mês a secretaria municipal de Obras e Pavimentação notificou a empreiteira, que tem sede em Curitiba, para que aumente a mão-de-obra e solicitou um cronograma de obra factível.

A construtora alegou que está enfrentando dificuldades para contratação. Na semana passada, a empresa ainda enviou um ofício para o poder público londrinense pedindo prorrogação de prazo para a apresentação do novo cronograma. “A empresa está realizando a atualização dos levantamentos topográficos e quantitativos dos serviços executados e a executar. Sugerimos ainda agendar uma nova reunião técnica juntamente com o secretário municipal de Obras afim de debatermos os assuntos relevantes a esse cronograma”, ponderou.

A reportagem não conseguiu contato com a TCE Engenharia. A FOLHA também procurou a prefeitura, por meio do Núcleo de Comunicação, porém, não obteve resposta até a finalização da matéria.

POÇOS DE VISITA

A secretaria municipal de Obras e Pavimentação notificou novamente a TCE nesta semana, mas por outro motivo. A pasta cobrou da empreiteira a correção e solução definitiva em tampas de poços de visitas implantados durante a execução das galerias de águas pluviais da revitalização da avenida Francisco Gabriel Arruda, na zona norte, que também foi feita pela construtora. Os técnicos do município apontaram que as estruturas estão soltas e a pavimentação desnivelada.

Problemas aparecem quase três anos depois de obra ser entregue
Problemas aparecem quase três anos depois de obra ser entregue | Foto: Pedro Marconi

Esta é a segunda vez que a empresa é alertada sobre a mesma situação. São, pelo menos, seis tampas com problemas. A construtora tem dez dias para promover o conserto “tendo em vista o risco de acidentes aos veículos e pedestres e os transtornos proporcionados aos itinerários do transporte coletivo”, destacou o município no documento que a FOLHA teve acesso.

A obra na avenida custou R$ 5 milhões e contemplou novo asfalto e rede de galerias pluviais. As intervenções começaram em 2019 e foram concluídas, depois de quatro aditivos de prazo, em agosto de 2020.

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