As aulas na rede municipal em Londrina vão retornar na próxima quinta-feira (4) da mesma maneira que terminaram no ano passado: remotamente. Um decreto da prefeitura proíbe a realização de aulas presenciais na cidade até 28 de fevereiro. Os professores retornam ao trabalho na segunda (1º) e até quarta-feira (3) farão reuniões e planejamento, o que pode acontecer on-line ou com a presença dos servidores, desde que respeitando as medidas de prevenção à Covid-19.

Aulas serão retomadas na modalidade on-line para 45 mil alunos da rede pública do município
Aulas serão retomadas na modalidade on-line para 45 mil alunos da rede pública do município | Foto: iStock

De acordo com a secretária municipal de Educação, Maria Tereza Paschoal de Moraes, foram desenhados vários cenários pensando na retomada do ensino, porém, foi optado por manter o remoto. Entre as ideias apontadas esteve a volta de 50% dos alunos, no entanto, se o número de casos de coronavírus estivessem diminuindo na cidade, o que não está acontecendo, já que Londrina atravessa a pior fase da pandemia.

“É impossível opinar sobre um dia para os alunos voltarem a frequentar as escolas. Estamos numa crise sanitária e a secretaria municipal de Saúde têm parâmetros para o retorno seguro, como por exemplo, curva (de contaminação) em queda por, pelo menos, 14 dias. O que queremos é voltar, todo professor quer ir para a escola, mas isso precisa ser com segurança e não há como dizer quando”, frisou. São aproximadamente 45 mil meninos e meninas.

Os estudantes vão receber atividades pedagógicas impressas, que deverão ser retiradas pelas famílias. A organização para os pais buscarem nas unidades será feita por cada escola, que irá avisar. Os contatos também continuarão via redes sociais. Aqueles que não têm acesso à internet terão direito ao atendimento individualizado, que iniciou no segundo semestre do ano passado.

Em 2020 foram cerca de oito mil consultas pedagógicas. “O atendimento com o professor ocorre em horário marcado, com 50 minutos de duração. A frequência depende do caso. Se uma criança tiver necessidade de mais encontros, poderá ser mais de uma vez por semana, a cada quinze dias”, explicou. “Sabemos que o ensino remoto não é a mesma coisa da escola, que não aprende do mesmo jeito. Mas existe aprendizagem e estamos vendo há meses qual a melhor forma de chegar em cada aluno”, defendeu.

COMPRA DE EQUIPAMENTOS

Mesmo com as aulas presenciais suspensas e sem previsão para o mínimo de normalidade, a secretaria já investiu mais de R$ 8,2 milhões na aquisição de insumos para manutenção da higiene e saúde. Entre as compras estão máscaras do tipo face shield, termômetros digitais, tapetes sanitizantes, dispensers de parede para álcool em gel e borrifadores. A rede municipal é formada por 87 escolas, 31 CMEIs (Centros Municipais de Educação Infantil) e 57 CEIs (Centros de Educação Infantil), que são instituições filantrópicas parceiras.

A secretária destacou que independentemente de quando acontecer o retorno, haverá um desafio educacional para os próximos anos. “Vamos ter que entender o que cada criança aproveitou. Se a criança estava na idade de aprender a ler e escrever, caso não tenha aprendido, o que vamos fazer para recuperar esse período. Está no nosso ‘radar’ como vamos cuidar dessas gerações que ficaram em casa esse tempo”, refletiu.

MIGRAÇÃO

Sem perspectiva de verem os filhos nas salas de aula, dezenas de famílias estão transferindo as crianças dos estabelecimentos privados e levando para o município. Somente no ano passado a secretaria de Educação acolheu 600 estudantes que vieram da rede privada. A migração é notada mais uma vez às vésperas da retomada do ensino para o novo ano letivo.

“Normalmente percebemos essa movimentação em finais e início de ano letivo. No ano passado notamos isso durante o ano todo, desde o mês de abril, e continua. Neste ano sentimos uma procura maior (por matrículas), porém, ainda não temos dados fechados.”

Imagem ilustrativa da imagem Londrina marca data de retorno das aulas remotas e sem prazo para presencial
| Foto: Folha Arte