A Justiça do Trabalho de Londrina impediu que os trabalhadores do transporte público fizessem uma paralisação dos serviços na manhã desta sexta-feira (11). A medida é fruto de decisões judiciais proferidas pela juíza Thaise Cesário Ivantes, da 6ª Vara do Trabalho de Londrina, em resposta a duas ações de interdito proibitório ajuizadas pela Londrisul e pela TCGL (Transportes Coletivos Grande Londrina).

Imagem ilustrativa da imagem Londrina: Justiça impede paralisação do transporte coletivo
| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

Segundo as petições iniciais das empresas, chegou ao conhecimento das entidades patronais uma cédula de votação, sem data especificada, na qual os trabalhadores poderiam escolher três opções: paralisar os ônibus, trabalhar normalmente ou aguardar o término das negociações do pagamento do PPR (participação dos lucros e resultados).

Como explica o advogado responsável pela ação da Londrisul, Osvaldo Alencar Silva, conforme um combinado feito em dezembro de 2019 entre as empresas e o sindicato dos trabalhadores, o PPR seria pago em duas parcelas, uma no meio do ano e outra no final. Contudo, "em março o transporte coletivo passou a ter um prejuízo brutal por causa da pandemia e os balanços foram negativos", esclarece Silva, o que teria inviabilizado o pagamento da verba combinada.

O Sinttrol (Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Londrina) está discutindo o pagamento dessas verbas em uma outra ação que corre na justiça do trabalho de Londrina.

Na decisão, a juíza que cuida do caso entendeu que o transporte público, por ser serviço essencial, não poderia ser paralisado, o que prejudicaria "toda a coletividade de Londrina e região que se utilizam do transporte coletivo". Nas duas ações, ela ficou uma multa no valor de R$ 100 mil caso o sindicato pratique qualquer ato de paralisação ou de impedimento de circulação de ônibus.

João Batista da Silva, presidente do Sinttrol, afirma que a liminar teria perdido o seu objeto, porque não haviam manifestações e tampouco paralisações marcadas pelo órgão pata esta sexta-feira. Ele nega que haveria qualquer movimento combinado. "O patrão não é obrigado a cumprir, mas vocês têm que trabalhar do mesmo jeito, é isso que a liminar quis dizer", pontua Silva, acrescentando que o sindicato irá contestar a ação e recorrer das liminares concedidas.

Não houve comunicado formal de greve e nem indicativo prévio de paralisação. Apesar do PPR realmente não ter sido pago, o transporte coletivo funciona normalmente nesta sexta-feira em Londrina.

*Sob supervisão de Larissa Ayumi Sato.

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