A dois meses do final do ano, outubro tem grandes possibilidades de ser considerado o mês mais violento de 2001 em Londrina, com o registro de 16 assassinatos. Somando os homicídios dos meses anteriores, são 87 casos registrados até quarta-feira.

Embora ambas sejam assustadoras, as estatísticas da Polícia Militar e Polícia Civil são divergentes. Para a Militar, ocorreram 68 homicídios no ano passado e para a Civil 71. Na opinião do delegado-chefe da 10 Subdivisão Policial, Gilson Garret Algauer, a diferença existe porque 'a PM nem sempre atende as mesmas ocorrências'. Por outro lado, a Civil também não acompanha ocorrências que depois de vários dias resulta em morte.

Para o delegado, os casos de homicídios envolvem a análise de diversos fatores. Ele cita como exemplo os casos de assassinato por motivos passionais, ''de difícil prevenção'', os casos de acerto de contas entre traficantes e usuários de drogas. ''A estatítisca da violência está bastante relacionada ao tráfico. Por isso, vamos aumentar o número de blitze conjuntas com a Polícia Militar'', prometeu.

O delegado não credita o aumento da violência em Londrina somente à falta de condições das polícias. ''Todas as dificuldades são supridas com trabalho'', pontua. Ele lembra que a região recebeu recentemente seis viaturas, a Casa de Custódia deve ser inaugurada no próximo ano e a região deve receber, em breve, mais 40 novos investigadores.

Já o comandante do 5º Batalhão da Polícia Militar de Londrina, tenente-coronel Rubens Guimarães, afirma que a criminalidade na região vem atingindo níveis preocupantes, sobretudo porque vem atingindo a família. Mas, segundo ele, a PM está se movimentando para tentar reverter o quadro. ''Em pouco tempo estaremos recebendo reforço de grupos de operações especiais dos batalhões vizinhos'', assegura.

Enquanto isso, a estatística de homicídios não pára de crescer. Ontem à tarde, um homem cuja identidade não foi apurada pela polícia, foi morto com três tiros quando passava pela Vila Marisa, zona oeste de Londrina. O autor dos disparos não foi identificado. Segundo o Instituto Médico-Legal (IML), trata-se de um homem branco, de 1,70 metro, olhos verdes, com idade entre 15 e 20 anos, cabelos raspados e com os dois dentes da frente encavalados. Até o final da tarde de ontem, ninguém havia reclamado o corpo.