Os dados do 1° LIRAa (Levantamento Rápido de Infestação do Aedes aegypti) de 2022 colocam Londrina em estado de alerta para dengue e outras arboviroses como Chikungunya, Zika e febre amarela. A média em todo o município é de 5.51%, valor bem acima do índice de 1% preconizado pela OMS (Organização Mundial da Saúde). Isto quer dizer que, a cada 100 imóveis inspecionados, cinco tinham foco do mosquito.

Imagem ilustrativa da imagem Londrina entra em estado de alerta para dengue
| Foto: Divulgação/Pixabay

Ao todo, os agentes de Endemias vistoriaram cerca de 10 mil domicílios entre os dias 10 e 24 de janeiro. Os números foram divulgados nesta quinta-feira (27), pela SMS (Secretaria Municipal de Saúde). Nas primeiras semanas de 2022, Londrina já registrou 555 notificações de dengue, com um caso confirmado, 38 descartados e outros 516 seguem em análise. Em 2021, Londrina registrou oito mortes em decorrência da dengue.

REGIÃO NORTE

Entre todas as regiões, a zona norte é a mais preocupante neste momento, de acordo com o coordenador de Endemias da SMS, Nino Ribas, com 29,7% do total de notificações até o momento. “Vamos intensificar as ações na região. O bloqueio vetorial tem que acontecer agora para termos um controle da dengue e outras arboviroses”, afirmou.

Em seguida aparece a zona Leste com 23,1% das notificações; Sul com 20,7%; Oeste com 16% e Central com 10,3%. “Os principais criadouros (91%) estão nos quintais das casas, em objetos de desuso, vasos de plantas e água de chuva armazenada. E o que nos chama atenção também é que 9% desses objetos estão dentro das residências, em ambientes internos”, disse.

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| Foto: Divulgação/ArquivoCMTU

BAIRROS

O LIRAa apresenta os números detalhados de cada região. Na zona norte, um total de 2.897 imóveis foram vistoriados e destes, 184 tinham focos do mosquito (6,35%). O jardim Maristela aparece no topo da lista com 37,5%, seguido do jardim Palmas com 21%, Porto Seguro e Gávea com 17% e, por último, o conjunto Semíramis, com 12%.

Na zona sul, o alerta está no jardim Mediterrâneo (22%), Bela Suíça (20%), Royal Forest (19%), Ouro Branco (17,9%) e União da Vitória (16%). Ao todo, das 2.130 residências monitoradas, 126 apresentaram focos do Aedes aegypti. O Centro registrou 59 focos entre os 1.225 domicílios inspecionados pelas equipes, com destaque para a Vila Nova (13,7%), Vila Marízia (13,6%), Vila Agaria (8,8%), Vila Kase (8,6%) e jardim Castelo (8,3%).

A região leste teve 126 focos no total de 2.130 imóveis. Os bairros mais preocupantes em relação ao índice de infestação são: Eucaliptos (41,7%), Residencial Aquaville (33,3%), jardim Felicidade (15,4%), Aragarça (14,8%) e Oriente (13,3%).

Também foram vistoriados os bairros da zona oeste, que registraram 98 focos entre as 2.151 residências. Na região, o conjunto Nossa Senhora da Paz tem hoje, a maior incidência com 15,3%, seguido de João Turquino (13%), São Tomás (11%), Leonor (10,8%) e Cilo 3 (10,3%).

De acordo com o secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, o índice do primeiro LIRAa do ano costuma ser mais alto pela combinação de tempo quente com períodos de chuva, o que favorece a proliferação do mosquito da dengue.

MUTIRÕES E ARMADILHAS

Para frear a circulação do mosquito transmissor da dengue, a secretaria planeja ações de controle, como os mutirões de limpeza, que devem ter início na primeira semana de fevereiro, os mutirões educativos e fumacê costal nas áreas mais críticas.

Também está programada a instalação de Ovitrampas (armadilhas para que as fêmeas depositem os ovos). Os bairros que devem receber este recurso ainda estão em análise. “A pandemia nos trouxe algumas adequações nos processos de trabalho, visando qualificar e otimizar nossas equipes. As projeções para 2022 indicam que a dengue pode ter uma interferência robusta no nosso município. Todos precisam tomar os cuidados necessários", comenta Machado.

Ele também destacou que neste ano a secretaria irá atuar em parceria com a secretaria municipal de Educação, "para levar conteúdos relacionados à doença, com diferentes materiais para cada faixa etária. A ideia é implantar uma mudança a longo prazo no comportamento social da população”.

SINTOMAS

Os sintomas da dengue são: febre alta com início súbito; dor de cabeça e dor atrás dos olhos; manchas vermelhas no corpo; tonturas, náuseas e vômitos; dor no corpo, moleza e cansaço e dor nas articulações. Os sinais de gravidade incluem fortes dores abdominais, sangramento no nariz e gengiva e boca seca.

SERVIÇO: O Disque Dengue 0800-400-1893 é um canal gratuito para denúncias de possíveis criadouros, seja em imóveis particulares ou áreas públicas.

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