Dois casos de violência em unidades de saúde - por motivos diferentes e sem relação entre si - foram registrados num intervalo de aproximadamente 12 horas em Londrina e Cambé, na região metropolitana. A primeira situação aconteceu na UBS (Unidade Básica de Saúde) da Vila Brasil, na área central de Londrina, no final da tarde de quarta-feira (27). Alterada, uma mulher quebrou objetos do posto, como o celular, e agrediu duas servidores, uma técnica em enfermagem e uma trabalhadora do setor administrativo.

Preferindo não se identificar, a funcionária administrativa contou que a confusão teve início após a mulher chegar mais de 40 minutos atrasa para uma consulta que estava agendada com o pediatra para o filho, que tem três meses. “O procedimento nestes casos é levar a situação para a enfermagem, para avaliar se vai conseguir ter a consulta ainda ou que vai fazer. Ela não aceitou essa resposta e já começou a agressão, gritar, jogar as coisas no chão. Me escondi, mas ela ainda conseguiu me agredir”, relatou.

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Vídeos gravados por pacientes que estavam na unidade flagraram a mulher descontrolada e xingando os servidores. Além do bebê, a filha adolescente dela também presenciou a cena. “Saímos de casa para trabalhar, dar nosso melhor para os pacientes e assim como eles também temos vidas e problemas. Não saímos de casa para sermos agredidos”, desabafou a servidora, que tem 11 anos de trabalho na função pública.

A mulher foi presa pela GM (Guarda Municipal) no momento em que ia embora. “Recebemos a solicitação que haveria a agressão no posto. Em patrulhamento nas imediações encontramos a mulher, que foi detida. Na nossa intervenção ela também foi agressiva conosco, apresentou bastante instabilidade emocional, foi bastante resistente com a equipe”, comentou o guarda municipal Josué Benaia. Segundo a Polícia Civil, a mulher foi liberada após pagar fiança.

MEDIDAS JUDICIAIS

A secretaria municipal de Saúde informou que acionou a equipe jurídica para saber se medidas judiciais podem ser adotadas contra a agressora, o que serviria para outros casos parecidos. “Nada justifica a agressão contra os servidores, que estão trabalhando e se dedicando. Não podemos falar que por conta da demora, espera ou palavra mais ríspida do servidor, que não foi esse caso, possa haver atitude de agressividade”, alertou o secretário municipal de Saúde, Felippe Machado.

O secretário ponderou sobre a impossibilidade de ter um guarda em cada posto de saúde durante o horário de funcionamento. “Infelizmente, o efetivo da GM, em que pese toda a reestruturação, não permite que tenhamos um guarda em todas as unidades de saúde. A GM tem feito o trabalho ostensivo e planos alternativos”, destacou. Em setembro do ano passado, três servidores da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do jardim do Sol, na região oeste, foram agredidos pelo filho de um paciente.

CAMBÉ

A confusão em Cambé foi na UPA do jardim Tupi. Um homem de 38 anos foi levado pela mãe, na madrugada desta quinta-feira (28), em surto psicótico. Agressivo, ele destruiu parte da recepção da unidade, quebrando vidros, equipamentos e cadeiras. Uma paciente e um médico se feriram, de forma leve, ao correrem para tentar se proteger do homem, que chegou a pegar uma tesoura.

Dois seguranças que ficam na unidade ajudaram a conter o paciente. “Ele é nosso paciente, é acompanhado no Caps (Centro de Atenção Psicossocial), porém, não adere ao tratamento. A mãe nos relatou que estava fora do País e ao retornar, na noite de quarta, foi surpreendida pelo filho, que estava totalmente nu e em surto. Ela não pensou duas vezes, colocou ele no carro e foi para a UPA”, explicou a secretária municipal de Saúde, Adriane Bertan Lombardi.

Após o homem ser acalmado e medicado, foi transferido para a Santa Casa de Cambé. “Acredito que ele vai permanecer contido (no hospital) até sair uma vaga pela central de leitos num hospital psiquiátrico, já que realmente ele precisa de um tratamento psiquiátrico”, ressaltou.

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