As empresas e funcionários que trabalham em uma parte das linhas do transporte coletivo municipal e metropolitano não entraram em acordo para que o serviço volte à normalidade. Motoristas e cobradores da Grande Londrina e da TIL continuam de braços cruzados, aguardando o pagamento do vale, que deveria ter sido depositado antes da última sexta-feira, primeiro dia da paralisação.

Os motoristas e cobradores reivindicam  o pagamento do adiantamento, conhecido como “vale”, que deveria ter sido acertado na semana passada
Os motoristas e cobradores reivindicam o pagamento do adiantamento, conhecido como “vale”, que deveria ter sido acertado na semana passada | Foto: Isaac Fontana/FramePhoto/Folhapress

As únicas linhas em funcionamento normal em Londrina são aquelas atendidas pela LondriSul, que atendem a região sul do município. A Londrisul atende 35% do município, ou seja, os ônibus parados da TCGL representam 65% da frota do transporte público na cidade.

Diretor do Sinttrol (Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Londrina), José Francisco disse que os funcionários da TCGL e da TIL continuavam se revezando em vigília em frente dos portões das garagens das empresas, aguardando um posicionamento das empresas e do poder público. Ele acredita que, sem a mediação da Prefeitura de Londrina, será difícil que o impasse seja resolvido e a paralisação deve continuar por mais tempo.

Questionada sobre o impacto da paralisação dos funcionários da TCGL e TIL no deslocamento dos candidatos que prestaram o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) neste domingo (24), a assessoria de imprensa do município explicou que no primeiro dia de provas, na semana passada, a CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização) constatou que as maiores demandas foram para os campi da Unopar do Jardim Piza e do Catuaí, ambos na zona sul, áreas atendidas pela LondriSul.

Os motoristas e cobradores reivindicam o pagamento do adiantamento, conhecido como “vale”, que deveria ter sido acertado na semana passada. O benefício é depositado na conta dos funcionários no 15° dia após o salário.

José Francisco disse que os funcionários foram pegos de surpresa na semana passada com o anúncio das empresas de que não teriam recursos para pagar o vale. Ele explicou que a categoria fez várias reuniões com empresas e poder público para tentar chegar a um acordo, mas sem sucesso.

"As empresas colocam na mesa que precisam de uma solução através do poder público, de um subsídio ou de um aporte financeiro para poder fechar a conta. O transporte público regular no Brasil inteiro sem subsidio do Estado ou da União, a tendência é a falência", afirmou. "Nós entendemos que o transporte público, quem comanda é a prefeitura através da CMTU e que a solução tem que vir de lá, do poder público também."

Sem ônibus, os preços de uma corrida por meio de aplicativos foi para as alturas. Na sexta-feira (12), a FOLHA mostrou que pessoas tiveram que desembolsar R$ 50,00 por uma viagem que até então custava, em média, R$13,00.

Motoristas de aplicativo, por meio de nota, destacaram que os valores cobrados não dependem deles e são alterados pela plataforma de acordo com a demanda de solicitação.