Nesta quarta-feira (25) e quinta-feira (26), Londrina terá a segunda edição do Encontro sobre Migração e Refúgio: Participação e Construção Comunitária, evento realizado pela secretaria municipal de Assistência Social em parceria com a Cáritas Arquidiocesana de Londrina. As atividades irão ocorrer no anfiteatro Cyro Grossi, no Centro de Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Londrina. O objetivo é debater e estimular a reflexão acerca do suporte para migrantes, refugiados e apátridas, abordando diferentes temas em mesas redondas.

Estarão presentes profissionais de várias áreas que atuam direta ou indiretamente no atendimento e/ou acompanhamento aos migrantes, refugiados e apátridas.

Qualquer pessoa interessada no assunto pode participar gratuitamente e as inscrições continuam abertas até o dia do evento, devendo ser efetuadas no site da Escola de Governo da Prefeitura de Londrina. Aqueles que comparecerem terão direito a certificado de participação. A programação completa pode ser conferida no perfil @assistenciasociallondrina no Instagram.

Nesta quarta-feira (25), a programação será das 8h às 17h, em torno do tema Participação Social e Políticas Públicas: atuação, articulações e atendimento aos refugiados, migrantes, apátridas e suas famílias.

Às 9h30, haverá a mesa redonda “Participação Social e construção comunitária na perspectiva dos Conselhos de Direitos”, com Andressa Gongora Barbosa, presidente do Conselho Municipal dos Direitos dos Refugiados, Migrantes e Apátridas de Maringá (Noroeste); Claudio Marques Rolin Silva e Rockmyllis Basante Palomo, do Conselho Estadual dos Direitos dos Refugiados, Migrantes e Apátridas do Paraná.

E, a partir das 13h30, será realizada a mesa redonda “Atuação profissional no atendimento aos Refugiados, Migrantes, Apátridas e suas famílias na promoção, proteção e defesa de seus direitos”, com participação de Merlina Saudades Ferreira Neira, psicóloga, migrante e membro fundadora da Redeven (Rede de Venezuelanos no Brasil), e de Hodavias Bibiano Chivinda, advogado responsável pela criação do Estatuto Social e formalização jurídica da Associação dos Angolanos de Londrina.

CONSTRUÇÕES COLETIVAS

A segunda parte do evento, na quinta-feira (26), terá atividades das 8h às 12h, debatendo a temática Construções Coletivas: a importância das organizações e da interculturalidade no atendimento aos refugiados, migrantes, apátridas e suas famílias. Para as 9h30 está programada a mesa redonda “Processos de Construção de Organizações Coletivas à luz da experiência da Associação dos Angolanos de Londrina e importância da interculturalidade no atendimento aos Refugiados, Migrantes, Apátridas e suas famílias”, com Aldemiro Vicente Augusto Neves, presidente da Associação dos Angolanos de Londrina, e José Miguel Silva Ocanto, migrante, graduando em Ciências Sociais (UFMG) e em Psicologia (PUC Minas).

Para a secretária municipal de Assistência Social, Jacqueline Micali, um dos propósitos do evento é estimular e ampliar o processo de conscientização referente à migração e refúgio, e às dificuldades enfrentadas por essas pessoas.

46 NACIONALIDADES

Um dos assuntos tratados durante o II Encontro será a atuação do Programa de Atendimento e Acompanhamento aos Migrantes, Refugiados, Apátridas e Suas Famílias. A iniciativa, inédita no Paraná, é a primeira em todo o estado a atender especificamente esta população em nível municipal. Foi articulada em 2021 e teve início em 2022, por meio de parceria entre a secretaria municipal de Assistência Social e a Cáritas Arquidiocesana.

Este programa oferta atendimentos, acompanhamentos e encaminhamentos em áreas como saúde, educação e assistência social, entre outras. A intenção é fazer um trabalho articulado para expandir as possibilidades de suporte, referenciando o migrante na rede de serviços. Apenas no ano passado, foram feitos pelo programa cerca de 2.500 atendimentos na cidade. Em 2023, de janeiro até setembro, atendeu 1.008 pessoas de 46 nacionalidades. Dentre elas, 451 venezuelanos, 248 haitianos, 86 colombianos, 32 cubanos, 23 bengaleses e 12 peruanos.

“Essas pessoas vêm de várias partes, possuem outra vivência, conhecem outras formas de atendimento em saúde, educação equipamentos públicos. Por isso, o programa tem o intuito de fazer um primeiro acolhimento, verificar a situação desses cidadãos, viabilizar o básico, como a documentação, por exemplo, e realizar os encaminhamentos a diferentes serviços", destacou Micali.

REDE DE SERVIÇOS

Segundo a coordenadora de gestão do Programa, Taís Paton, que atua na Cáritas Arquidiocesana de Londrina, existem cerca de 1.830 pessoas migrantes, refugiadas ou apátridas cadastradas no IRSAS (Informatização da Rede de Serviços Socioassistenciais), sistema da Assistência Social de Londrina, conforme levantamento feito em 20 de outubro deste ano.

O programa veio para qualificar o trabalho que já era desenvolvido pela Cáritas há mais de 10 anos, contando com uma equipe direta de sete pessoas, sendo uma coordenadora de gestão, psicóloga (1), assistente social (1), auxiliar administrativo (1), assistente financeiro (1) e dois articuladores de projetos responsáveis pela regularização migratória e documentos.

Paton explicou que as ações não são apenas voltadas ao auxílio no processo de regularização migratória (documentação). “Também são realizados encaminhamentos e articulações para e com a rede socioassistencial e intersetorial, encaminhamento para benefícios socioassistenciais e oficinas de mercado de trabalho, cursos profissionalizantes e qualificação profissional, encaminhamento para o Projeto de Inclusão Produtiva e Geração de Renda (Economia Solidária) e articulações com órgãos de Defesa de Direitos”, detalhou. (Com informações do N.Com)