A Secretaria Municipal de Saúde confirmou, nesta terça-feira (16), o primeiro caso de varíola dos macacos diagnosticado no município. O paciente é um homem de 31 anos que procurou atendimento em uma unidade básica de saúde com lesões na pele características da doença. Ele está em isolamento domiciliar e sendo monitorado pelas equipes de profissionais de saúde.

O resultado do exame saiu na última sexta-feira (12) e, segundo o secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, quando o país declara transmissão comunitária, como aconteceu no Brasil, isso se aplica a todos os municípios com casos positivos da doença. “A gente não identifica o caso índice, ou seja, de quem o paciente pegou a doença, então nós podemos classificar o Paraná e o Brasil com transmissão comunitária da doença.” O paciente de Londrina que testou positivo para a doença não viajou ao exterior recentemente.

Além do paciente confirmado, informou Machado, todos os familiares e pessoas que tiveram contato próximo com ele foram isolados e estão sendo monitorados, mas até o momento nenhum deles apresentou os sintomas da doença. Se houver uma progressão e um deles manifestar os sinais característicos da doença, em especial as lesões na pele, a pessoa é orientada a buscar um serviço de saúde para coleta do material. Se os sintomas não se manifestarem, a pessoa que está sob monitoramento é apenas mantida em isolamento até que as feridas tenham desaparecido do corpo do familiar infectado. A análise do material coletado é feita pelo Instituto Adolf Lutz, em São Paulo.

Neste momento, Londrina contabiliza 15 casos investigados, com uma confirmação, um caso inconclusivo e um descartado. Os outros 12 ainda estão sob suspeita. No Paraná, segundo o último boletim da Sesa (Secretaria de Estado da Saúde), divulgado no dia 10 de agosto, havia 52 confirmações da doença, sendo 49 em Curitiba, um em Maringá, um em Araucária e um em Cascavel. Entre os infectados, são 49 homens e três mulheres, entre 20 e 49 anos de idade, sendo a maioria na faixa dos 30 aos 39 anos. A maioria dos casos é considerada leve, sem necessidade de internamento. Um novo boletim deve ser divulgado nesta quarta-feira (17).

No Brasil, até o momento, foram diagnosticados 2.893 casos de varíola dos macacos e outros 3.554 estão sob suspeitas. Um paciente morreu. No mundo, a doença atinge 92 países, com 35.621 confirmações e 13 óbitos, distribuídos em oito países. O país com o maior número de casos da doença é os Estados Unidos (11,1 mil), seguido da Espanha (5,7 mil), Alemanha (3,1 mil) e Reino Unido (3 mil). O Brasil é o quinto colocado no ranking de pessoas infectadas.

CONTÁGIO

A varíola dos macacos é uma doença viral, com transmissão mais restrita. O contágio se dá por meio do contato íntimo pele a pele ou por contato prolongado com secreções respiratórias de uma pessoa infectada. Felippe Machado destacou que os profissionais de saúde passaram por capacitações e a secretaria atualizou os protocolos de enfrentamento à doença e todas as unidades de saúde do município estão aptas a atender essa demanda. “O processo é dinâmico e o Ministério da Saúde, quase diariamente, tem atualizado informações em relação à varíola dos macacos e rapidamente a gente tem disseminado isso na ponta, aos nossos servidores”, disse o secretário.

50 MIL DOSES DE VACINA

Na segunda-feira (15), a Opas (Organização Pan-Americana de Saúde) no Brasil anunciou o término da fase de tratativas com o laboratório produtor da vacina contra a varíola dos macacos e a entidade espera para esta semana ainda um posicionamento sobre o calendário de entrega das doses. Uma parte delas deve chegar em breve.

A aquisição do imunizante deve ser feita através da Opas, uma vez que o laboratório responsável por elas fica na Dinamarca e não tem representante no Brasil. Assim, o laboratório não pode solicitar o registro da vacina junto a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e caso o país queira comprá-lo, a Opas deverá intermediar a transação.

Imagem ilustrativa da imagem Londrina confirma primeiro caso de varíola dos macacos
| Foto: Joe Raedle - Getty Images - AFP

Segundo o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, as 50 mil doses solicitadas pelo Brasil, caso cheguem, irão para profissionais de saúde que lidam com materiais contaminados. "Se essas 50 mil doses chegarem aqui no ministério amanhã, não terão o condão de mudar a história natural da situação epidemiológica em relação à varíola dos macacos. Essas vacinas, quando vierem, serão para vacinar um público muito específico", declarou o ministro durante coletiva, na segunda-feira.

Queiroga também não considera, até o momento, declarar Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin) por causa da doença. Segundo ele, a área técnica do ministério não se manifestou nesse sentido.

Além disso, disse o ministro, mecanismos de vigilância em saúde já foram reforçados, pedidos de registros de testes rápidos já foram feitos junto à Anvisa e outras providências podem ser tomadas fora do âmbito da Espin, caso seja necessário.(Com Agência Brasil)

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