Três lojas de produtos eletrônicos do camelódromo de Londrina, no centro, foram alvos de mandados de busca e apreensão, cumpridos pela Polícia Civil, nesta sexta-feira (4). Os comércios pertencem a um mesmo proprietário, que também teve a casa vistoriada pelos investigadores. Ninguém foi preso, mas dezenas de celulares, relógios e computadores foram apreendidos e encaminhados à Receita Federal.


O empresário é suspeito de revender objetos provenientes de diversos roubos registrados na região Centro-Oeste do Estado. As vítimas eram compradores que costumavam adquirir os materiais no Paraguai. "Nossa investigação acontece porque na região de Mamborê e Campo Mourão tem sido frequente roubos contra veículos de pessoas que fazem compras no Paraguai. São os chamados 'Piratas do Asfalto", explicou o delegado de Mamborê, Anderson Sérgio Romão.

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A investigação, neste momento, se concentrou no lojista londrinense. "O crime acontece por causa dos receptadores. Nossos alvos são os receptadores para desbaratar toda a cadeia que tem fomentado o crime na nossa região", destacou. "De cinco anos para cá são muitos crimes e o que nos têm preocupado é que até os ônibus de linha estão sendo alvo", comentou.
Segundo o delegado, uma organização criminosa estaria por trás dos roubos. "Uns fazem o roubo, outros acompanham os veículos desde a compra no Paraguai. São roubos com violência, fazem disparos de arma de fogo, já ocorreu de pessoas serem atingidas, acidentes", frisou.

TIROS E CAPOTAMENTO

Em um dos casos, na BR-369, em Mamborê, as vítimas transportavam mercadorias oriundas do Paraguai avaliadas em aproximadamente R$ 23 mil quando foram perseguidas por um veículo. Perto do trevo da cidade de Juranda, outro carro entrou na rodovia no mesmo sentido e, usando giroflex similar ao da polícia, tentou abordar o veículo das vítimas, que fugiram.
Os criminosos realizaram diversos disparos que atingiram dois pneus do carro, que capotou. Após o acidente, os homens que atiraram levaram as mercadorias. "Reforçamos à população que, ao adquirir qualquer produto ou objeto, exija sempre a nota fiscal e procure comprar em estabelecimentos devidamente certificados, evitando assim a comercialização de produtos de origem ilícita", orientou.

'LOGÍSTICA PRONTA'

Os policiais agora vão aprofundar os levantamentos para saber se o empresário de Londrina tinha ou não relação direta com os crimes. "Vamos buscar saber se ele participava, mandava alguém roubar ou apenas adquiria após os objetos serem roubados. É uma investigação complexa", definiu. "Os ladrões eram rápidos, porque logo que roubavam já traziam para a loja para vender. Tinham uma logística pronta", relatou. Após a operação, o camelódromo funcionou normalmente.