Dimitri do Valle
De Curitiba
Os dois vagões da locomotiva em exposição no Parque Barigui, em Curitiba, estão abandonados. As reformas foram paralisadas há mais de um ano e a ação do tempo se encarregou de deteriorar os vagões, que são de madeira. A administração do parque colocou tapumes para evitar o acesso dos frequentadores ao equipamento. A composição é um dos cartões postais da cidade.
Um funcionário do parque que não quis se identificar afirmou que os vagões servem de abrigo para desocupados e encontros amorosos durante à noite. ‘‘Aquilo ali é motel e casa de maloqueiro’’, disse o servidor. Mesmo com os tapumes, que estragam o visual da velha Maria Fumaça, os curiosos não deixam de posar para fotografias ao lado da máquina. O trem está localizado próximo aos banheiros públicos. Ele foi instalado no local há mais de duas décadas. Um antigo projeto previa que a locomotiva entrasse em operação para realizar passeios no interior do parque.
Frequentadores do Barigui pediram a imediata restauração dos vagões. O advogado Edemilson Marinho, 36 anos, criticou o abandono.‘‘Precisa fazer a reforma de uma vez só e não demorar tanto. Não se pode deixar a obra abandonada’’, observou. ‘‘Precisa reformar, já faz muito tempo que a obra está a풒, declarou o estudante universitário Marco Antônio Benedetti Durigan, 19 anos. ‘‘Não adianta limpar o parque e deixar as obras inacabadas’’, acrescentou.
A assessoria de imprensa da Prefeitura informou que a recomposição dos vagões deverá entrar no cronograma de obras de manutenção dos parques da cidade neste ano. A prioridade da prefeitura no momento é a dragagem do lago do parque. A assessoria completou que estudos estão sendo feitos para avaliar os estragos e o tipo de reforma poderão ser feitos nos vagões. A alegação da Secretaria Municipal do Meio Ambiente para explicar o mau estado de conservação seriam os constantes atos de vandalismo que os vagões sofrem.