Colchões, fogão, pedaços de madeira, materiais que poderiam ser reciclados e lixo de todo o tipo. O amontoado de entulhos é uma realidade que tem incomodado os moradores da Vila Romana, na zona leste de Londrina. A sujeira está espalhada por toda a calçada e até parte do asfalto, atrapalhando o trânsito, na rua Cláudio Faissal. A situação estaria sendo provocado por uma mulher que mora em frente. A reportagem não a encontrou durante o tempo em que esteve no bairro.

Segundo os vizinhos, o problema perdura há mais de uma década, porém, só tem piorado com o passar dos anos. “Cada vez aumenta mais o lixo. Tenho comércio aqui e é muito complicado uma visão horrorosa como essa”, reclamou uma comerciante, que preferiu não ser identificada. “Nesse quarteirão não tem mais área de pedestre. Um cadeirante, por exemplo, tem que usar a rua e sem visão nenhuma para atravessar”, constatou.

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Tanto lixo acumulado em via pública tem contribuído para a proliferação de insetos e animais indesejados, que têm invadido as casas do entorno. “São ratos, ratazanas, baratas, aranhas, muitos bichos. As casas são lotadas de barata”, criticou. “Não venço passar veneno dentro de casa, está horrível”, afirmou uma outra moradora.

Uma preocupação que tem tirado o sono das pessoas é a dengue. No local existem diversos recipientes que podem servir de criadouro para o mosquito Aedes aegypti depositar as larvas. Receio que aumenta em dias de chuva, como esta semana, e o período quente. Isso num momento em que a cidade corre o risco de enfrentar uma epidemia da doença e com duas mortes já registradas em menos de dois meses.

“Minha filha está ruim com dengue, tomando soro na veia, medicamentos. É a terceira vez que ela está com dengue. Tem um vizinho do lado da minha casa que está com a doença também. O mosquito só pode ter vindo daqui, porque eles não saem de casa”, denunciou uma moradora, que também não quis ter o nome revelado.

RELAÇÃO DIFÍCIL

Os vizinhos argumentaram que já tentaram conversar com a responsável sobre os transtornos, no entanto, de nada teria adiantado. “Ela não gosta, colocou até câmeras de segurança para ver quem reclama. É uma relação difícil”, definiu.

O poder público também tem sido cobrado pelos moradores para realizar a limpeza ou notificar a mulher. “A vizinhança liga todos os dias para tentar resolver. Não podemos viver num caos como esse, gera medo e indignação”, lamentaram. Somente no ano passado foram retirados quatro caminhões de lixo do endereço.

MUNICÍPIO CIENTE

Por meio de nota, a prefeitura informou que as secretarias de Saúde, Assistência Social, o CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) e a CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização) “já estão sabendo (do problema) e se organizando para fazer a limpeza”. “A moradora já foi atendida pela prefeitura. A ação (de limpeza) vai ocorrer nos próximos dias”, destacou o poder público londrinense, sem estipular o prazo para o serviço ser executado.