Líder do tráfico na zona sul de Londrina movimentava R$ 400 mil por semana
Criminoso conhecido como “Zoio” foi um dos alvos de operação do Gaeco, que descobriu organização que lavava dinheiro do tráfico de drogas
PUBLICAÇÃO
terça-feira, 14 de novembro de 2023
Criminoso conhecido como “Zoio” foi um dos alvos de operação do Gaeco, que descobriu organização que lavava dinheiro do tráfico de drogas
Pedro Marconi

Era de um apartamento de alta padrão na Gleba Palhano, na região sul de Londrina, que o líder de organização criminosa comandava os negócios do grupo. O homem, conhecido pelo apelido de “Zoio”, foi um dos presos pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), nesta terça-feira (14), durante a operação Engenho, que desarticulou uma quadrilha que lavava dinheiro do tráfico de drogas.
“Zoio” foi encontrado junto com a companheira no imóvel, com os dois sendo detidos temporariamente. “Era o maior traficante da zona sul da cidade. Ele não colocava a mão na droga diretamente, porque estava num degrau muito elevado nessa escalada do crime”, destacou o promotor Leandro Antunes.
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Também foram cumpridos outros 15 mandados de prisão – de pessoas com funções de confiança ou ligadas ao líder - e 93 de busca e apreensão em Londrina, Cambé, Ibiporã, Foz do Iguaçu (Oeste), São José dos Pinhais (Região Metropolitana de Curitiba), Curitiba, Itapema (SC), Paranaíba (MS), Marília (SP) e Goiânia (GO). Foram apreendidos veículos, joias e dinheiro, incluindo dólar.
“Os ativos financeiros, como contas bancárias e investimentos, foram bloqueados. Na parte probatória temos a apreensão de vasta documentação, manuscritos, cadernos, dispositivos eletrônicos e esse material, uma vez analisado, poderá subsidiar uma futura denúncia”, pontuou. Também foram colhidos elementos que indicam que a associação criminosa comercializava armas de fogo e drogas, tendo vínculo com outros traficantes de Londrina e da região.
Foram “sequestrados” 12 imóveis, incluindo um apartamento de luxo em Itapema, avaliado em cerca de R$ 2 milhões. No total o MP-PR (Ministério Público do Paraná) investiga 53 pessoas. “São pessoas de todo o círculo e posição social”, comentou.
AGIOTAGEM
Segundo o Ministério Público, a lavagem acontecia por meio de aquisição de imóveis e de agiotagem, com a ajuda de terceiros. “Existiam pessoas que eram responsáveis pelo setor financeiro, outras laranjas cediam o nome voluntariamente sabendo da origem ilícita do dinheiro para que os imóveis fossem registrados”, detalhou. Casas populares, por exemplo, rendiam aluguel ao chefe do grupo.
A organização movimentava aproximadamente R$ 400 mil por semana. “É um valor elevado. Parte desse dinheiro era emprestado com juros de 10% ou mais e fazia com que o grupo criminoso conseguisse uma renda muito alta”, detalhou. Os envolvidos poderão responder pelos crimes de tráfico de entorpecente, lavagem de dinheiro, comércio ilegal de arma de fogo, falsidade ideológica e agiotagem.
HISTÓRICO NO CRIME
A apuração teve início em 2022, época em que o líder da organização criminosa vivia em uma casa localizada em um condomínio de luxo em Cambé. “O alvo principal possui condenação de 2011 (pelos crimes de associação para o tráfico e tráfico de drogas). A prática delituosa dele remonta à década de 2000 e o Gaeco resolveu entrar na investigação pela questão patrimonial”, afirmou Antunes.
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