Secretaria de Saúde planeja uma série de ações para evitar que Londrina volte a viver uma situação de epidemia no próximo verão, época de maior incidência do mosquito
Secretaria de Saúde planeja uma série de ações para evitar que Londrina volte a viver uma situação de epidemia no próximo verão, época de maior incidência do mosquito | Foto: Arquivo/Vivian Honorato/N.com

Londrina está em estado de alerta para a dengue. É o que mostrou o resultado do LIRAa (Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti), divulgado nesta terça-feira (29) pela secretaria municipal de Saúde. O percentual é de 2,9%, o que coloca a cidade na “faixa amarela”. A OMS (Organização Mundial da Saúde) indica abaixo de 1% como satisfatório e acima 3,9% é classificado como de risco.

A coleta e estratificação dos dados aconteceu na primeira quinzena de junho. O índice de infestação predial mais preocupante foi identificado na região norte, que apontou 3,8%, tendo como bairros com maior percentagem o assentamento Nossa Senhora Aparecida (19,3%), Verona (16,7%) e Nova Olinda (13,3%). Já se levar em consideração as informações de incidência epidemiológica, ou seja, notificações de casos, há uma mudança nesta lista e surgem o Vista Bela (4,9%), Hilda Mandarino (4,7%) e o Vivi Xavier (3,4%).

Em relação às demais regiões aparecem a oeste (3,19%), sul (2,89%), leste (2,14%) e o centro (1,87%). “Cerca de 90% dos criadouros continuam dentro das casas, isso é, nos quintais, em objetos em desuso. A pessoa joga uma latinha, balde e isso acumula água e fica proliferando o vetor. Depois tem o vaso de planta”, alertou Nino Ribas, coordenador de Endemias.

CASOS

Desde o início do ano, até 24 de junho, o município já contabiliza 5.736 confirmações da doença, com oito óbitos. Ao todo são 16.595 notificações, com 3.248 registros ainda em análise. No ano passado, levando em conta o mesmo período, eram quase 20 mil positivações. “Vendo pela última semana epidemiológico está tendo uma diminuição considerável nos casos de dengue. A atenção está na área do Chefe Newton e do São Jorge”, afirmou.

Apesar da diminuição significativa nos casos entre um ano e outro, e diante dos números do LIRAa, a secretaria está planejando uma série de ações para evitar que Londrina volte a viver uma situação de epidemia no próximo verão, época de maior incidência do mosquito Aedes aegypti. Entre as medidas estão mutirões de limpeza, manutenção de atividades de rotina nos imóveis de alto risco a cada 15 dias e bloqueio com fumacê costal nas áreas com suspeitos após avaliação técnica.

“Não estamos fazendo vistorias dentro das casas, mas dentro dos quintais, fazendo as orientações. O combate ao mosquito precisa ser intensificado agora para colher os frutos amanhã, quando esquentar e chover. Vamos ter alta incidência se não eliminarmos agora”, destacou Nino Ribas. “Não vencemos se não tiver o apoio da população. É a educação em saúde. Não podemos desistir da informação e da orientação”, acrescentou Fernanda Fabrin da Silva, diretora de Vigilância em Saúde.

MUDANÇA DE ESTRATÉGIA

Em razão da pandemia de coronavírus, a realização do Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti foi suspensa por alguns meses neste ano. Segundo Felippe Machado, secretário municipal de Saúde, isso fez com que a pasta encontrasse outras ferramentas para identificar a proliferação do vetor e que acabaram se revelando mais eficazes que o próprio LIRAa. “Trabalhamos com indicadores de prevalência e de casos. Isso nos levou a trabalhar em cima de onde tem o vetor e os casos notificados, o que se mostrou positivo”, afirmou.

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