O projeto Letramento Digital vai ser disponibilizado para mais 612 alunos de 25 escolas da rede municipal de educação de Londrina. Em uma cerimônia realizada na manhã desta segunda-feira (21) na Escola Municipal Norman Prochet (zona sul de Londrina), professores, diretores, pais e alunos puderam entender como funciona o projeto e tirar dúvidas sobre os materiais didáticos que são fornecidos aos estudantes.

Londrina foi a primeira cidade do Brasil a receber o projeto, que é realizado com recursos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação por meio da Facti. Na primeira fase, 77 alunos dos 4° e 5° anos de quatro escolas municipais participaram do curso; agora, na segunda fase, são 612 alunos que vão receber a capacitação no turno ou contraturno escolar.

José Augusto de Lima Prestes, coordenador geral do projeto e gerente de governança e compliance da Facti, explica que os alunos vão aprender a usar a tecnologia como uma ferramenta para solucionar questões do dia a dia e, também, a criar projetos inovadores. Segundo ele, as crianças aprendem sobre áreas como robótica e prototipagem por meio de uma placa Microbit, que é fornecida a todos os alunos participantes.

O coordenador também detalha um segundo aspecto do programa, que é a inclusão social, já que através do projeto é possível capacitar os alunos para estarem mais bem preparados para um mundo cada vez mais conectado. De acordo com Prestes, o curso começa com assuntos básicos, como o uso do e-mail e de redes sociais, até áreas mais complexas, como o funcionamento de softwares e dos robôs.

A capacitação tem um total de 90 horas de curso, sendo que todo o material utilizado em aula é disponibilizado aos alunos. Até o ano que vem, a expectativa é de atender dois mil alunos da rede pública de Londrina. Além disso, de acordo com o coordenador, existe a possibilidade de que o projeto seja ampliado para estudantes de outras séries.

DIRECIONAMENTO

A administradora Caroline Macri Cianca é mãe de Francisco, 10, é aluno do 4° ano da Norman Prochet. Segundo ela, o filho ter a oportunidade de passar por essa capacitação é fundamental, já que o mundo hoje está voltado para a tecnologia. “Acho muito importante a gente poder dar esse direcionamento para as crianças para que elas saibam que não é só internet, Youtube e jogos", aponta. Com o sonho de ser bombeiro ou agrônomo, Francisco diz que está muito animado para começar o curso, principalmente por gostar de programação.

Caroline Macri Cianca com Francisco
Caroline Macri Cianca com Francisco | Foto: Jéssica Sabbadini

ANIMAÇÃO

As amigas Clarissa Souza Palma, 9, Paloma Valentim, 9, e Manuela Castro Nascimento, 10, estão animadas para começarem logo as aulas. Clarisse admite gostar muito de robótica e quer aproveitar as aulas para aprender mais sobre o assunto. Paloma também afirma que é “muito interessante mexer com robótica”. Manuela conta que a mãe já queria que ela entrasse em algum curso voltado para a área da tecnologia porque ela tem aptidão pela área. Sonhando em cursar medicina veterinária, ela concorda que vai poder usar o que aprender no curso na futura profissão.

Manuela Nascimento, Paloma Valentim e Clarissa Palma
Manuela Nascimento, Paloma Valentim e Clarissa Palma | Foto: Jéssica Sabbadini

Aluna do 5° ano, Júlia Avancini, 11, também diz estar muito animada para começar o curso por ser algo que ela gosta. Sobre os projetos que pretende desenvolver, ela admite que ainda não tem nada certo em mente, mas adianta que quer que seja algo novo e diferente.

Júlia Avancini diz estar animada para começar o curso
Júlia Avancini diz estar animada para começar o curso | Foto: Jéssica Sabbadini

NATIVOS DIGITAIS

A secretária municipal de Educação de Londrina, Maria Tereza Paschoal de Moraes, observa que, assim como as crianças aprendem a ler e escrever quando entram na escola, o projeto auxilia no letramento tecnológico. “É uma possibilidade que nenhuma outra geração teve, eles são nativos digitais e vão aprender desde cedo a como lidar e a como trabalhar [com a tecnologia]”, ressalta.

Gláudio Lima é professor da Norman Prochet e multiplicador do conhecimento voluntário. Ele conta que, no primeiro semestre deste ano, 18 alunos da instituição já tinham participado do projeto e, agora, outros 30 vão ter a oportunidade de receber a capacitação.

Segundo ele, a capacidade de compreensão dos conteúdos aplicados por parte das crianças é algo que chama a atenção do professor. “Tivemos alguns casos bem interessantes, como de alunos com algum tipo de transtorno e que, após participarem do Letramento Digital, apresentaram mudanças até mesmo no convívio social. Assim como crianças que tinham dificuldade de aprendizado e conseguiram melhorar e alguns estudantes que se descobriram e criaram coisas que a gente nem imaginava, como no caso de uma aluna que desenvolveu uma assistente virtual de médico”, detalha.

MULTIPLICADORES

A capacitação dos alunos é feita por meio de multiplicadores do conhecimento, que são pessoas voluntárias que passam por um processo seletivo e, caso sejam aprovadas, recebem um treinamento que varia entre 173 a 240 horas. Abertas para qualquer pessoa, com ou sem experiência na área, as inscrições para ser um multiplicador do conhecimento vão até nesta sexta-feira (25) e podem ser feitas no site www.letramentodigital.org.br .

Imagem ilustrativa da imagem Letramento Digital é disponibilizado para mais 612 alunos de Londrina
| Foto: Jéssica Sabbadini