O decréscimo de mortes e casos confirmados do novo coronavírus tem gerado reflexo na gestão dos leitos hospitalares exclusivos para as vítimas dessa pandemia. A UTI do HURNP (Hospital Universitário Regional do Norte do Paraná) de Londrina, voltada para o tratamento deste público, chegou a ter 100 leitos. O número será reduzido pela metade a partir de 1º de janeiro. “Desde o começo de dezembro nós fechamos 30 leitos e a partir de janeiro vamos fechar mais 20. Isso significa que voltaremos para 50 leitos de UTI para Covid, ou seja, 50% da capacidade que foi atingida pelo hospital”, destacou a superintendente do hospital, Vivian Feijó.

Imagem ilustrativa da imagem Leitos de UTI Covid do HU de Londrina serão reduzidos pela metade
| Foto: Vitor Ogawa - Grupo Folha

“A partir do momento em que os leitos passam a ser menos utilizados e menos exigidos pela questão epidemiológica, a opção será pelo plano de desaceleração, ou seja, desmobilização dos leitos. Esse plano foi organizado com a Sesa (Secretaria de Estado da Saúde)", explicou Feijó. Ela relatou que no dia 18 de agosto deste ano, o hospital atingiu o ápice de ter 453 leitos no hospital inteiro. “No dia 1º de dezembro, com o fechamento de 30 leitos de UTI, baixamos para 424 e agora no dia 1º vamos ficar com 414 leitos”, detalhou.

A superintendente acrescentou que neste último mês houve quedas significativas na taxa de ocupação. “No dia 22 de dezembro, antes do Natal, tínhamos sete pacientes Covid e 14 pacientes Covid nas UTI adulto, ou seja, uma taxa de ocupação de 14% nas enfermarias e de 20% nos leitos de UTI. Foram taxas bem baixas e o motivo de otimismo por parte da administração e do grupo de fluxo de Covid”, apontou.

Após essa data observou-se uma manutenção com índices baixos, em torno de 22% e 23%. “Agora, no dia 28, nós observamos uma leve crescente, mas ainda em um número otimista e baixo. Hoje o hospital universitário tem 14 doentes em enfermarias, ou seja, está com 28% da ocupação. Houve um aumento. Nós temos hoje 15 pacientes em leitos de terapia intensiva, então para a Covid eu tenho 22% de ocupação”, explicou.

“A taxa de ocupação, em especial das UTI, a taxa de mortalidade nesse momento é o reflexo do momento epidemiológico que a gente tem vivido no estado do Paraná e até mesmo a nível de Brasil. Posso dizer que nós estamos num momento de otimismo, mais confortável em relação à questão da exigência da utilização de leitos, em especial de leitos de alta complexidade”, ressaltou a superintendente.

MONITORAMENTO DIÁRIO

Ela reforçou que o HU faz o monitoramento dessa ocupação diária. “Apesar de estarmos em alerta com a questão ainda do trânsito do vírus na comunidade, porque ainda temos a pandemia vigente, apesar da melhora significativa dos dados, há também a circulação de outros vírus, como a influenza, que agora está aí, o H3N2, que tem trazido vários pacientes para os pronto-socorros. Estamos vendo isso no estado de São Paulo e entende que o estado do Paraná sempre está um ou dois meses atrasado nesse reflexo do restante do Brasil.”

A preocupação dela também reside na prevalência de outras doenças respiratórias que também que se confundem ou se somam com a questão da Covid-19. “Essa H3N2, influenza da cepa Darwin, é de rápida transmissão. Some-se a isso também a questão da nova cepa da Covid-19, que é a ômicron, que a gente sabe que já circula no Brasil. Apesar de ter poucas evidências e pouca informação sobre ela, a gente sabe que também é uma cepa de rápida contaminação”, apontou.

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