Um laudo apresentado pela Fundação de Desenvolvimento Tecnológico de Cascavel (Fundetec) comprovou que em pelo menos uma das três estações de tratamento de esgoto a empresa está devolvendo para o Rio Cascavel 16 mil coliformes fecais por cada 100 ml. O documento foi entregue à Comissão Especial de Investigação (CEI), que investiga a qualidade da água e do serviço prestado pela Sanepar em Cascavel.
A quantidade apresentada no laudo é 16 vezes maior que a permitida pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que considera aceitável até mil coliformes fecais por cada 100 ml. O presidente da CEI, vereador Júlio César Leme da Silva, disse que pretende ingressar com uma denúncia no Ministério Público para pedir a suspensão da cobrança de esgoto na cidade.
A CEI pretende utilizar uma jurisprudência sobre o assunto com base em um liminar que foi acatada pela Justiça em Altônia (76 Km a sudoeste de Umuarama). Em setembro de 2000, a juíza Rosangela Faoro acatou pedido de liminar em ação movida pelo advogado Robertson de Azevedo suspendendo a cobrança de esgoto. Na época, foi verificado que a Sanepar estava devolvendo água tratada ao rio local com 30 mil coliformes fecais por 100 ml.
A assessoria de imprensa da Sanepar informou que a empresa ainda não foi comunicada do resultado do laudo apresentado pela Fundetec e que desconhece o local onde foi realizada a coleta de água.