Maringá O lago do Parque do Ingá, um dos principais cartões postais de Maringá, está secando. A água do lago já baixou um metro e causou a mortandade de cetenas de peixes. As margens aumentaram cerca de seis metros e, no lugar da água, o que se vê é uma grande quantidade de lama. Em função do problema, o passeio de pedalinhos que atrai dezenas de visitantes todos os dias será interditado entre hoje e amanhã. O Jardim Imperial, ao lado de uma das margens do lago, também sofre as consequências do fenômeno. O minilago artificial criado dentro do jardim secou causando a morte das carpas que enfeitavam e garantiam a característica oriental do local.
De acordo com o secretário de Meio Ambiente, José Eudes Januário, existem três hipóteses que estão sendo avaliadas para explicar a falta de água do lago. A primeira seria a estiagem dos últimos meses. A segunda e mais provável, conforme o secretário, é a dificuldade de permeabilização do solo em função da evolução do concreto em torno do Parque. ''A impermeabilização do solo não permite a recarga do lençol freático e, com isso, as minas que abastecem o lago estão secando'', explicou. Segundo ele, dezenas de minas que desaguavam no lago secaram. A maioria dessas minas pertence à bacia localizada na região da zona um e zona dois da cidade, exatamente onde está a maior concentração de prédios.
A terceira hipótese é a existência de dezenas de poços artesianos também na região em torno do Parque. ''Estes poços poderiam estar influenciando nas minas que desaguam no lago'', disse o secretário. Segundo ele, não há uma medida a curto prazo que possa reverter a situação. Januário acredita que o nível da água do lago pode aumentar no período das chuvas, a partir de dezembro. Mas mesmo assim, segundo ele, é preciso tomar outras providências para recuperar totalmente as nascentes. Uma das alternativas que a secretaria está estudando, conforme Januário, é a aumentar a área de permeabilização do solo em torno do Parque. ''Estamos buscando alternativas, mas no momento não temos o que fazer'', desabafou.
De acordo com ele, há dois estudos mais avançados que visam quebrar o concreto no canteiro central da Avenida XV de Novembro, criando jardins no lugar do cimento. Além disso, há pesquisadores que defendem a perfuração de um poço artesiano para abastecer o lago do Parque. A proposta do poço artesiano, conforme o secretário é mais difícil de ser absorvida já que a secretaria questiona o uso da água do subsolo de forma indiscriminada.
O Parque do Ingá recebe em média um milhão de visitantes ao ano. O lago no interior do Parque, o minizoológico e o Jardim Imperial são os atrativos da segunda maior reserva ecológica de Maringá, localizada no centro da cidade.