A Polícia Civil de Ibiporã abriu um inquérito para investigar a morte de Allyne Santos, de 27 anos. A jovem foi encontrada sem vida dentro de um reservatório de água de uma antiga algodoeira na área central de Jataizinho (Região Metropolitana de Londrina), na tarde de segunda-feira (12). O lugar fica a menos de cinco minutos da casa onde ela vivia com os dois filhos, de dois e cinco anos, e os irmãos. Vizinhos perceberam o mau cheiro e acionaram a PM (Polícia Militar).

A mulher estava desaparecida desde o último sábado (9), quando disse que iria encontrar um rapaz na praça da cidade. Desde então, não deu mais notícias. A família chegou a divulgar um cartaz nas redes sociais em busca de informações. “Ela falou para minha mãe que iria ser rápido, que já estava de volta, mas foi indo, indo e ela não retornou para casa”, contou um dos irmãos, o coletor Bruno Santos. A família não sabe quem é a pessoa que ela iria ver.

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A perícia informou que foram contabilizados cerca de 20 ferimentos provocados por arma branca - provavelmente faca - no corpo de Allyne, que precisou ser retirado pelos Bombeiros. “Estava em uma caixa d’água subterrânea, aproximadamente um metro de profundidade. O corpo estava próximo da entrada, utilizamos um gancho para retirar. O corpo tinha sinais de que já estava há alguns dias dentro da água e quando retiramos escoou sangue, ou seja, haveria alguma lesão”, pontuou o cabo Thiago Barioni.

Os legistas do IML (Instituto Médico Legal) não encontraram água no pulmão, ou seja, ela foi assassinada e jogava no reservatório. Foram coletados materiais para saber se houve crime sexual.

A jovem foi achada na véspera do dia em que completaria 28 anos, nesta terça (12). “Vamos velar minha irmã no aniversário dela. Imagina como é a dor da família. Minha irmã de 14 anos tem ansiedade e não para de chorar. Queremos justiça, porque sei que a justiça maior é de Deus, mas também queremos a justiça terrena. Queremos que a polícia vá em cima (para encontrar o rapaz que saiu com ela)”, clamou.

Allyne era religiosa, havia começado a trabalhar recentemente no setor de limpeza de uma casa de repouso e considerada uma pessoa tranquila e responsável pelos amigos e parentes. “Uma mulher batalhadora, todo dia cuidava da casa, levava a filha para a escola, ficava com o outro filho. Não temos nada do que reclamar, era como se fosse uma mãe para mim, que sempre lutou por nós, ajudava meu irmão que tem problema”, destacou. “Como que pode alguém fazer isso?”, questionou.

PRISÃO

No final da tarde, a Polícia Civil anunciou a prisão de um suspeito de envolvimento no assassinato de Allyne Santos. Detalhes sobre a prisão e a investigação do crime serão passados em entrevista coletiva marcada para esta quarta-feira (13)