O MP-PR (Ministério Público do Estado do Paraná) apresentou denúncia contra Jander Bezerra da Silva, 29, pelo assassinato de Willian Aparecido Henrique Ferreira, 25, funcionário de uma farmácia na Avenida Inglaterra, zona sul de Londrina. O crime aconteceu em 27 de fevereiro.

A Delegacia de Homicídios concluiu o inquérito sobre o caso no último sábado (8) e o MP ofereceu denúncia na segunda-feira (10). Com base na investigação da Polícia Civil, a Promotoria ofereceu denúncia por homicídio com motivo torpe como qualificador, “o descontentamento com o fato de sua companheira ter tido um relacionamento com a vítima”, e também com recurso que dificultou a defesa de Willian, já que o tiro foi efetuado pelas costas, surpreendendo o funcionário.

Além disso, o Ministério Público pede uma indenização de cem salários mínimos, cerca de R$ 150 mil, à família da vítima, para reparação de danos morais. Arrolou ainda nove pessoas a prestar depoimentos como informantes e testemunhas, incluindo a esposa do indiciado.

O caso segue agora para a Justiça, que pode acatar a denúncia. Em caso positivo, Silva será levado a Júri Popular. O MP pediu à Justiça a manutenção da prisão preventiva de Bezerra, que está recolhido na CITL (Cadeia Pública Masculina de Londrina) desde o dia do crime.

TRÁFICO DE DROGAS

O suspeito também foi indiciado pela Polícia Civil por tráfico de drogas, já que no decorrer da investigação foi identificado que ele era responsável por armazenar, fracionar e entregar entorpecentes para um vendedor. O Ministério Público requisitou a instauração de novo inquérito policial para apurar o delito, considerando que, “até o presente momento, não há indícios de conexão entre as supostas infrações”.

DEFESA

A advogada Indyanara Pini,, que atua na defesa de Silva, explicou que há um prazo de 10 dias, até 21 de março, para apresentar a defesa técnica inicial. “Nós temos conhecimento sobre as provas que foram angariadas, as imagens das câmeras de segurança, do depoimento inicial na delegacia, mas em relação ao homicídio em si, as provas que foram produzidas e tudo mais, nós deixaremos nesse momento para a instrução”, relatou. Durante o prazo, Pini deve apresentar outros requerimentos, principalmente de câmeras de vigilância, por considerar as provas contidas no processo insuficientes.

Sobre o indiciamento por tráfico de drogas, a advogada afirmou que trata-se de uma tentativa de “enquadrar o Jander como criminoso, e, longe disso, ele não é criminoso e não está envolvido com tráfico”.

No dia do crime, a Polícia Militar afirmou ter apreendido porções de maconha, cocaína e ecstasy na casa do suspeito, além de embalagens, um rolo de papel-filme, e uma faca e balança com resquícios de maconha. Segundo a advogada, a droga encontrada foi “exclusivamente maconha” e se enquadrava no porte para consumo pessoal, não configurando crime.

Garantiu ainda que os objetos não eram “apetrechos para traficância”, e sim instrumentos comuns encontrados em residências. “Quem não tem uma faca em casa? Uma balança de pesagem normal, de cozinha, comprada em qualquer lugar, não é uma balança de precisão. Isso não é crime”. Pini informou que a apreensão “não causa nenhum nenhum transtorno à defesa”, e que atribuir outros delitos em tentativa de “inflar a população contra ele é um espetáculo midiático que acaba acontecendo neste tipo de crime”.

(Atualizada)