A Prefeitura de Jaguapitã (Região Metropolitana de Londrina) realizará a partir da próxima segunda-feira (1) a campanha Coleta Premiada. A proposta é sortear presentes (que serão doados por comerciantes) aos moradores que separam o material reciclável do lixo comum. O vice-prefeito Jean Carlos da Silva explicou que a cidade possui muitos catadores de recicláveis particulares e que a distribuição de prêmios é uma forma de fazer com que os moradores optem pela entrega do material ao pessoal da Ascamar (Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis de Jaguapitã), “O morador receberá um cupom e a cada 15 dias serão sorteados brindes." Um caminhão da prefeitura passará pelos bairros para realizar a coleta e entregar o material à associação.

Caminhão distribuirá cupons aos moradores que entregarem os recicláveis para concorrer aos sorteios.
Caminhão distribuirá cupons aos moradores que entregarem os recicláveis para concorrer aos sorteios. | Foto: Divulgação/Prefeitura de Jaguapitã

Nesta quinta-feira (25) haverá uma reunião de representantes da prefeitura com a Ascamar e também com pessoas que atuam no garimpo do lixão local para conversar sobre a atual situação da coleta e as intenções de melhorias no serviço. Problemas como condições de trabalho dos catadores da associação e dos garimpeiros que atuam no lixão já geraram uma ação civil pública contra o município. O espaço, que fica na zona rural, deveria ser um aterro sanitário controlado, mas acabou se tornando um lixão a céu aberto, que recebe praticamente todo rejeito misturado com o material que poderia ser reciclado misturado.

A promotora de Justiça, Amanda Ribeiro dos Santos, vem lutando para que o município se ajuste conforme a legislação ambiental. O vice-prefeito explicou que o local onde a empresa a ser contratada para realizar a coleta do rejeito será ao lado do lixão atual. “O lixão será finalizado. Todo o material coletado ficará sob responsabilidade da empresa terceirizada que fará o transbordo, que encaminhará o lixo para um aterro sanitário adequado. A ideia é atender os pedidos feitos na ação civil pública”, afirmou.

Ele ressaltou que o município também integra um consórcio intermunicipal que construirá um aterro sanitário, mas ainda não há previsão. “Assumimos a administração há 60 dias e tudo ainda é muito recente”, declarou. Ele informou que ainda não tem ideia do volume a ser arrecadado de rejeito ou de material reciclável.

No último despacho, a Juíza de Direito Danielle Marie de Farias Serigati Varasquim determinou a produção de provas documentais e periciais pelas partes para analisar a possível existência de irregularidades ou ilegalidades no descarte dos resíduos sólidos do município, o que vem sendo produzido desde então. A secretária de Meio Ambiente, Fernanda Giorgeti, reforçou que a solução mais imediata será a contratação de uma empresa para realizar o transbordo.

Jaguapitã integra um consórcio intermunicipal para construir um aterro sanitário
Jaguapitã integra um consórcio intermunicipal para construir um aterro sanitário | Foto: Sergio Ranalli - Grupo Folha - 24/08/2015

RETOMADA

Para Osmar Boava, da Ascamar, a campanha é uma forma de retomar a coleta como era antes. "Nas últimas administrações os prefeitos não orientavam os funcionários que passavam com o caminhão de lixo e eles levavam os rejeitos e os sacos de reciclagem todos juntos. Isso desestimulou as pessoas a fazer a separação do material. A nossa associação chegou a ter 17 pessoas e hoje tem só sete. E estamos competindo com coletores autônomos e com os garimpeiros do lixão", detalhou. Ele afirmou que no auge da coleta cada coletor chegou a ter uma renda um pouco acima de um salário mínimo, mas que atualmente vem tendo dificuldades de chegar a esse valor. Apesar de não ter um levantamento quantitativo, ele acredita que pelo menos metade do lixo que vai ao aterro daria para reciclar