Os ipês-rosas que embelezavam a paisagem do entorno da Câmara de Londrina – e que estavam no auge da florada – agora fazem parte do passado. As árvores, além de outras espécies que ficavam no estacionamento, foram arrancadas no último fim de semana pela empresa responsável pela reforma do prédio do Legislativo. Mais do que uma questão visual, a erradicação pode ter sido um crime ambiental.

Segundo o secretário municipal de Ambiente, Ronaldo Siena, não foi encontrada nenhuma emissão de autorização pela Sema (Secretaria Municipal do Ambiente) para o corte. “Notificamos a empresa responsável pelas erradicações para no prazo de três dias úteis apresentar a autorização para supressão emitida por órgão ambiental”, destacou.

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O valor de uma possível multa, caso a empreiteira não entregue nenhuma liberação ambiental, vai depender de um relatório que está sendo elaborado pelos técnicos da pasta.

Na terça-feira (31), o Consema (Conselho Municipal do Meio Ambiente) encaminhou ofício à Sema solicitando os laudos para o corte das árvores no estacionamento da Câmara de Vereadores. “Reiteramos nosso compromisso na defesa do meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem como na colaboração com os órgãos de proteção ambiental”, frisou a entidade no documento, que a FOLHA teve acesso.

Foto tirada pela assessoria da Câmara em 2022 para destacar o "belo espetáculo da natureza"
Foto tirada pela assessoria da Câmara em 2022 para destacar o "belo espetáculo da natureza" | Foto: Devanir Parra/CML/Imprensa

A revitalização do prédio teve início em setembro, com custo de R$ 15,3 milhões, dinheiro de um fundo criado pelo próprio Legislativo para esta destinação. Apesar das intervenções beneficiarem outro poder, é o Executivo quem publicou a licitação e, por consequência, tem o dever de vistoriar os serviços.

NO PROJETO

Secretária interina de Obras e Pavimentação, Margareth Pongelupe declarou que a erradicação estava no projeto. “As calçadas onde estavam os ipês tinham um problema de acessibilidade muito grande e uma parte do projeto da Câmara, fora toda a reforma, é fazer calçadas acessíveis, rampas para cadeirantes e escadas com corrimão. Quem anda (pelo Centro Cívico) sabe o problema que tínhamos para as pessoas com deficiência ou idosos”, pontuou. Ela não soube informar sobre a autorização para o corte.

Por meio da assessoria, a Câmara informou que acompanha os desdobramentos do caso, mas destaca "que a responsabilidade sobre a obra é da prefeitura, que, sempre que necessário, adota os procedimentos legais para a condução dos processos de fiscalização".

(Atualizada)

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