Os cuidados extras com a saúde durante o inverno merecem atenção especial em plena pandemia da Covid-19. Neste período do ano, outros vírus além do Sars-CoV-2 estão em circulação e desenvolvem sintomas semelhantes como coriza, dor de garganta, febre e dores no corpo. Outro ponto preocupante é o comportamento da população que tende a mudar com a chegada do frio, colocando em segundo plano algumas medidas importantes de prevenção contra a Covid, como o distanciamento social e a ventilação natural dos ambientes.

População tende a mudar com a chegada do frio, colocando em segundo plano algumas medidas importantes de prevenção
População tende a mudar com a chegada do frio, colocando em segundo plano algumas medidas importantes de prevenção | Foto: Cris Faga - Folhapress

O alerta é da infectologista Fernanda Esteves Nascimento Barros, que desde o início da pandemia vem observando um aumento significativo no consultório em Londrina. Ela diz que neste período de temperaturas mais baixas é muito importante manter os tratamentos nos pacientes que já possuem problemas respiratórios.

“Temos mais vírus circulando além do coronavírus e a tendência é aparecer mais quadros respiratórios. Esse é um período que se tem mais manifestação de rinite, sinusite, asma e é muito importante seguir com o tratamento da doença de base, mas sempre suspeitando do coronavírus”, afirma.

No dia a dia, a especialista diz que é comum os pacientes relatarem nas consultas o início dos sintomas respiratórios há quatro, cinco dias. “A princípio acham que é uma crise de rinite, um resfriado e depois fazem o teste para Covid com resultado positivo. O problema é que essas pessoas ficaram todos esses dias circulando com o vírus. O pensamento coletivo tem que ser reforçado neste momento”, ressalta.

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CIRCULAÇÃO DE AR E DISTANCIAMENTO

Com a chegada do inverno em plena pandemia, a preocupação dos especialistas aumenta pela possibilidade de novos casos da Covid com quadros moderados e graves. Luis Carlos Losso, responsável pelo Centro de Medicina Torácica e da Unidade de Enfisema Pulmonar Grave do Hospital Edmundo Vasconcelos, em São Paulo, reforça que medidas simples no dia a dia ajudam a evitar a transmissão de doenças.

O ideal, segundo ele, é manter sempre a circulação de ar nas casas, locais de trabalho e outros espaços. “A circulação do ar é fundamental quando pensamos na diminuição da transmissão de doenças respiratórias como a Covid-19. Por isso, é necessário deixar os ambientes arejados. Outro hábito que merece atenção é o distanciamento social. No inverno, as pessoas tendem a se aglomerar mais para evitar o frio, mas o ideal é que isso não ocorra”, afirma.

O uso de aparelhos de condicionamento de ar, aquecedores e lareiras também merece atenção porque o ar aquecido provoca desidratação do ar ambiente, o que resseca o muco protetor das vias aéreas. “O ressecamento da superfície do epitélio respiratório destrói anticorpos e enzimas que atacam germes invasores, predispondo a infecções”, complementa.

Imagem ilustrativa da imagem Inverno exige cuidados redobrados com a Covid e outras doenças
| Foto: Folha Arte

PENSAMENTO COLETIVO

Diante de qualquer sintoma respiratório, a infectologista em Londrina reforça a importância de ficar em casa. “Novamente vem a questão do pensamento coletivo. Na Covid-19, as pessoas começam com sintomas leves e isso é cada vez mais esperado porque temos uma parte da população já vacinada. Muitas pessoas não vão ter febre, nem perda de paladar, mas não dá para ficar esperando esses sinais para começar a se cuidar. As crianças que estão frequentando a escola também devem ficar em casa diante de qualquer sintoma como coriza, tosse ou febre”, ressalta Barros.

Com a campanha ativa de outras vacinas como contra Influenza e Pneumonia, a médica relata que muitos pacientes estão em dúvidas. “Muitos perguntam se devem tomar essas vacinas e se elas protegem contra a Covid. São vacinas que estão no calendário nacional para crianças e pessoas acima dos 60 anos ou que possuem comorbidades. Elas não protegem contra Covid, mas todos devem tomar para reduzir os riscos dessas doenças”, diz.

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