Sete pessoas foram presas na manhã desta sexta-feira (1º) em Londrina durante a operação “Carga Pesada”. Os alvos são suspeitos de integrarem duas organizações criminosas que desviavam cargas. Os policiais civis ainda apreenderam duas armas, documentos, computadores, dinheiro, joias e bloquearam 15 caminhões. Um homem foi detido no jardim Califórnia, na zona leste, enquanto que um mandado foi cumprido num condomínio de luxo na região sul, onde foi encontrado armamento.

“O núcleo duro da organização criminosa mora no Sun Lake, onde conseguimos prender um casal, o filho foi detido em outro endereço. Vimos ostentação. Na casa do outro autor intelectual foram apreendidos cerca de R$ 16 mil. Isso mostra a organização entre eles e que estavam aplicando golpes de maneira reiterada”, ressaltou o delegado de Estelionatos, Edgard Soriani. O casal e o filho detidos já foram investigados pelo mesmo tipo de crime em 2021, em Presidente Prudente, São Paulo.

De acordo com a Polícia Civil, as organizações ofereciam serviço de frente, no entanto, “sumiam” com a carga, como alimento, e confeccionavam falsos BOs (Boletins de Ocorrência) para enganar as vítimas. Em um boletim forjado, por exemplo, os criminosos relataram que o motorista do caminhão, que levava açúcar para Santa Catarina, foi abordado na BR-376, em Ponta Grossa, por dois veículos com ladrões fortemente armados e que o caminhoneiro ainda foi feito refém.

Entretanto, o número descrito no BO simulado se refere a um boletim – esse verdadeiro – registrado com uma vias de fato em Jacarezinho (Norte Pioneiro). Os caminhões utilizados pelos bandidos eram comprados em nome de laranjas. As investigações tiveram início há cerca de quatro meses.

“A investigação começou com uma carga específica, que foi uma vítima de Londrina, que carregou uma carga de R$ 50 mil em MDF em Curitiba, mas a carga nunca chegou ao destino. A vítima nos reportou o fato e vimos que os caminhões estavam sempre cadastrados no nome de uma ou duas pessoas, que não teriam condições de comprar e nem abrir as empresas”, explicou.

Pelo menos cinco cargas foram desviadas, gerando um prejuízo de cerca de R$ 2 milhões para as vítimas, que moram no Paraná e no estado de São Paulo. As quadrilhas agiam de forma independente, porém, colaboravam entre si para ludibriar as pessoas que buscavam o transporte dos materiais. Os suspeitos deverão responder por associação criminosa, falsidade ideológica e falsificação de BO. "Os crimes de cada carga serão encaminhados para a delegacia específica onde houve o desvio e serão gerados outros inquéritos para apurar os laranjas. Mas os criminosos que faziam a execução dos crimes foram presos", frisou o delegado.

DEFESA

Responsável pela defesa de três suspeitos, sendo que um está foragido, o advogado Mauro Martins destacou que prisão é temporária (por cinco dias) e que ainda aguardar acesso ao inquérito. “A orientação é que permaneçam em silêncio até ter acesso aos autos e ver o que a autoridade policial entendeu sobre a imputação deles. Depois vamos agendar interrogatório complementar a cerca dos fatos”, afirmou.

Atualizada às 12h08

****

Receba nossas notícias direto no seu celular! Envie também suas fotos para a seção 'A cidade fala'. Adicione o WhatsApp da FOLHA por meio do número (43) 99869-0068 ou pelo link wa.me/message/6WMTNSJARGMLL1.