Com os processos de expedição de 80 mil carteiras acumulados em Curitiba, o Instituto de Identificação do Paraná, subordinado à Secretaria de Estado de Segurança Pública, está em crise. A declaração é do assessor técnico da direção do órgão, Ademir José Menegazzo, que atribuiu as filas e a demora para entrega do RG aos cidadãos ao déficit de funcionários e tecnologia do instituto.
Segundo Menegazzo, o problema relatado em Cambé se estende para todos os municípios do Estado, mais agravado em alguns. ''Nós só podemos pedir paciência. O volume de documentos aumentou, temos vários funcionários em férias e policiais nas operações de verão, e para dar conta do trabalho o nosso pessoal está fazendo mutirão e hora extra, sem ganhar nada a mais por isso'', enumerou.
Outro agravante citado foi a troca de funcionários municipais ocasionada com as novas gestões. ''Temos funcionários do nosso quadro de carreira nas 20 subdvisões do Estado (incluindo Londrina). Nos demais municípios, o serviço é feito por servidores de prefeituras'', acrescentou. Existem hoje, de acordo com o assessor, 236 funcionários do Instituto no Paraná. Há cargos para 400, mas muitos foram se aposentando ou pedindo demissão, sem ser repostos.
Com a sobrecarga de trabalho, a emissão de carteiras demora até 90 dias, prazo considerado longo, segundo Menegazzo. Ele ressaltou que o governo já autorizou a implantação de um sistema digital no órgão, a exemplo do que funciona no Detran, e que poderia reduzir para até oito dias esse prazo. ''O processo está em fase de licitação. A digitalização pode acabar com as filas e com a imprecisão nas carteiras, evitando erros'', concluiu. (V.N.)