Em tempos de quarentena provocada pelo coronavírus existe a preocupação com instituições de permanência, que acolhem de crianças a idosos, e que estão restringindo o acesso a visitantes e profissionais com o objetivo de eliminar riscos aos internos.

Imagem ilustrativa da imagem Instituições de permanência de Londrina restringem visitas

“A orientação é a de que os idosos não podem receber a visita de familiares e de grupos de pessoas e amigas. Também orientamos os idosos sobre a higiene das mãos com água e sabão. Eles também não estão saindo para nada”, destacou a coordenadora geral do Asilo São Vicente de Paulo de Londrina, irmã Neusa Aparecida da Silva. O asilo possui oito idosos que têm condições de andar na rua de forma autônoma e agora não podem mais sair.

A instituição também orientou os estagiários da fisioterapia a suspender o atendimento dos idosos por cerca de 15 dias. Segundo irmã Neusa, a instituição atende 102 idosos e possui 62 funcionários. “Nosso pessoal da saúde, que são enfermeiros e técnicos de enfermagem, repassam as orientações", explica, reforçando que os profissionais da casa têm máscaras, luvas e outros materiais de proteção para o uso diário.

O Domus Lar e hotel, que também atende idosos, existe desde setembro do ano passado e também suspendeu as visitas. O proprietário e enfermeiro responsável, Tiago Costa, relatou que os funcionários estão orientados a realizar a higienização das mãos assim que chegarem ao local. “Aqueles que fazem segundo turno em outros locais, como em hospitais, nós pedimos para não vir, porque eles podem estar trabalhando em local que está contaminado”, destaca. Para os profissionais de saúde redobramos esse cuidado porque eles lidam com idosos que possuem imunidade muito baixa.

Segundo ele, para as informações chegarem aos idosos dependem muito desses profissionais. “Temos atualmente oito internos e apenas dois deles entendem esse problema do coronavírus. Os demais sofrem de Alzheimer, Parkinson avançado ou demência.” A entidade orienta à família que quer ver o interno a fazer uma chamada de vídeo. “Aqui temos WhatsApp. Combinamos o horário e fazemos esse meio de campo. Já aconteceu e foi tranquilo. Os familiares não reclamaram, porque sabem que o isolamento é um mal necessário”,destacou Costa.

REINSERÇÃO SOCIAL

A presidente da Casa de Maria- Centro de apoio a dependentes, Regina Célia Siqueira Almeida, afirma que o maior medo das pessoas que buscam abrigo na entidade é a de ficarem isoladas e sozinhas. “Muitas estão preocupadas sobre o que vai acontecer depois. Elas temem ficar sem emprego, porque tudo está fechando. Muitos são funcionários de restaurantes e nos relatam que o movimento já diminuiu bastante”, relatou.

A Casa de Maria atende pessoas de ambos os sexos e promove a sua reinserção social. "Nós estamos atendendo essas pessoas, porque é nessas horas que se precisa estar junto garantindo todos os cuidados possíveis.” Ela explica que o local restringiu as visitas e orientou as pessoas atendidas pela Casa a não saírem nas ruas. “Esses cuidados a gente tem que ter. Não pode deixar vir visita aqui. Tudo o que os médicos dizem, nós fazemos. Não podemos ter medo”, afirmou.

CRIANÇAS E ADOLESCENTES

Estima-se que haja 150 crianças e adolescentes em 13 unidades sob responsabilidade das instituições de acolhimento, O Lar Anália Franco possui 40 crianças morando na entidade e também tem adotado os protocolos de higiene e de isolamento social. “Estamos funcionando apenas com a equipe técnica interna, suspendemos temporariamente todos os serviços e programas voluntários no Lar, e estamos dando todas as orientações de prevenção aos acolhidos e funcionários. As visitas de pessoa externas e dos estagiários estão suspensas”, afirmou a auxiliar administrativa Patrícia dos Santos.

Da mesma forma o Serviço de Obras Sociais de Londrina também tem adotado as práticas de higiene recomendadas e a proibição de visitas. O local recentemente recebeu uma palestra específica sobre o coronavírus ministrada por profissionais de saúde.