Inspiração em edificação japonesa em Assaí
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segunda-feira, 30 de abril de 2018
Em Assaí (Região Metropolitana de Londrina), uma edificação branca se destaca na paisagem. Trata-se do Memorial da Imigração Japonesa, cuja obra começou durante as comemorações do centenário da imigração japonesa, em 2008, e sua inauguração está marcada para esta terça-feira (1). O espaço, da prefeitura municipal, possui quatro pavimentos. O primeiro piso, com uma base de 600 metros quadrados, é destinado a exposições itinerantes. O segundo piso foi projetado para receber um restaurante, mas inicialmente será alugado para a realização de eventos. O terceiro piso é dedicado ao memorial da imigração japonesa. No último andar fica a diretoria de cultura de Assaí. Os andares se estreitam até o topo, cuja altura está a 24,95 metros da base. A edificação tem telhas de concreto e a estrutura da cobertura possui acabamento em madeira replicando os telhados orientais.
O prédio foi inspirado no castelo japonês de Himeji, localizado na província coirmã do Paraná, Hyogo, que foi concebida como um forte. Já no castelo paranaense o interior é de alvenaria e não há os elementos tradicionais em madeira, os tatames e os biombos típicos de um castelo medieval japonês. O custo da obra foi estimado em cerca de R$ 3 milhões e os recursos vieram do Ministério do Turismo e de emendas parlamentares.
O projeto inicial do castelo foi elaborado pelo arquiteto japonês Hiroshi Kawashino. Por ficar em um ponto alto da cidade, a edificação do memorial impressiona. A professora Inês Kiyomi Koguissi, vice-prefeita da cidade, tem especialização em história social e ensino de história pela Universidade Estadual de Londrina e aponta que o castelo é uma obra grandiosa para um município como Assaí e de relevância para a região toda. "Na inauguração teremos uma exposição contemplando a temática do café e do algodão, realizada em parceria com a Cooperativa Integrada, com o Museu Histórico Padre Carlos Weiss (de Londrina) e com o agrônomo Rui Yamaoka", destacou.
Haverá outras obras em exposição, como a do artista plástico Yasuharu Ueda, que trabalha com mosaicos feitos de grãos de arroz pintados. "Seus quadros contam um pouco da história da imigração japonesa. Teremos também o acervo da família Yoshii, que foi exibido no centenário da imigração japonesa no Brasil", apontou.
Koguissi explicou que foi feito um chamamento por intermédio das escolas públicas e particulares para ajudar a compor o acervo permanente do memorial. "Primeiramente solicitamos os objetos por empréstimo." A própria família de Koguissi possui um objeto raro. "É um manual do vocabulário básico de português publicado em 1929. Era de meu avô Kimpei Koguissi", apontou.
O manual foi publicado por uma das associações ultramarinas filiadas à Burajiru Takushoku Kumiai (Sociedade Colonizadora do Brasil Ltda., mais conhecida como Bratac). Foi a Bratac que adquiriu a Fazenda Três Barras, com 13.600 alqueires, localizada na época no município de São Jerônimo da Serra. Foi essa área que deu origem ao município de Assaí de assahi, que em japonês quer dizer sol nascente. (V.O.)