Inquérito tem mais de 20 mil páginas
PUBLICAÇÃO
domingo, 09 de janeiro de 2000
Da Redação
As investigações do Ministério Público na administração municipal começaram em fevereiro, com denúncias de superfaturamento em serviços de capina e roçagem contratados pela Autarquia Municipal do Ambiente (AMA). De lá para cá, a apuração avançou para a Companhia Municipal de Urbanização (Comurb) e hoje envolve mais de 200 processos licitatórios (em vinte mil páginas de documentos), com recursos de aproximadamente R$ 13 milhões.
A Polícia Civil também abriu nove inquéritos, no 4º Distrito Policial, que investigam mais de 30 contratos da AMA e da Comurb, com recursos de aproximadamente R$ 5 milhões. O caso ainda passou a ser investigado pela Polícia Federal, que apura fraude em certidões negativas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) das empresas Ecodata Engenharia e Serviços Especializados de Computação Ltda., de Curitiba, e Sistema Design Arquitetura e Urbanismo, de Araucária (Região Metropolitana de Curitiba). As duas empresas teriam participado de licitações fraudulentas na AMA.
Depois de muito polêmica, a Câmara dos Vereadores também abriu duas Comissões Especiais de Inquérito (CEIs) para investigar as denúncias: uma para tratar especificamente dos contratos envolvendo a AMA e a Comurb; e outra para investigar a administração municipal de forma geral. Em dezembro, a prefeitura montou uma sindicância para apurar as responsabilidades no desvio de recursos municipais investigados pela Promotoria.
A Folha vem acompanhando o caso desde fevereiro, quando estourou o escândalo da aquisição de lixeiras da Mecânica Três Marcos, de Londrina, pela AMA. Esta semana, o sócio-proprietário da mecânica, Antônio Marcos Caetano, confirmou na sindicância da prefeitura ter participado de um esquema fraudulento de licitação pública para a produção de cestas de lixo, que nunca foram entregues.