Da Redação
As investigações do Ministério Público na administração municipal começaram em fevereiro, com denúncias de superfaturamento em serviços de capina e roçagem contratados pela Autarquia Municipal do Ambiente (AMA). De lá para cá, a apuração avançou para a Companhia Municipal de Urbanização (Comurb) e hoje envolve mais de 200 processos licitatórios (em vinte mil páginas de documentos), com recursos de aproximadamente R$ 13 milhões.
A Polícia Civil também abriu nove inquéritos, no 4º Distrito Policial, que investigam mais de 30 contratos da AMA e da Comurb, com recursos de aproximadamente R$ 5 milhões. O caso ainda passou a ser investigado pela Polícia Federal, que apura fraude em certidões negativas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) das empresas Ecodata Engenharia e Serviços Especializados de Computação Ltda., de Curitiba, e Sistema Design Arquitetura e Urbanismo, de Araucária (Região Metropolitana de Curitiba). As duas empresas teriam participado de licitações fraudulentas na AMA.
Depois de muito polêmica, a Câmara dos Vereadores também abriu duas Comissões Especiais de Inquérito (CEIs) para investigar as denúncias: uma para tratar especificamente dos contratos envolvendo a AMA e a Comurb; e outra para investigar a administração municipal de forma geral. Em dezembro, a prefeitura montou uma sindicância para apurar as responsabilidades no desvio de recursos municipais investigados pela Promotoria.
A Folha vem acompanhando o caso desde fevereiro, quando estourou o escândalo da aquisição de lixeiras da Mecânica Três Marcos, de Londrina, pela AMA. Esta semana, o sócio-proprietário da mecânica, Antônio Marcos Caetano, confirmou na sindicância da prefeitura ter participado de um esquema fraudulento de licitação pública para a produção de cestas de lixo, que nunca foram entregues.