O delegado de São José dos Pinhais (Região Metropolitana de Curitiba), José Roberto Jordão, disse ontem que a Justiça deverá arquivar, por falta de provas, o inquérito policial contra quatro funcionários da Secretaria Municipal de Saúde, indiciados sob a acusação de tentativa de proliferação de doença contagiosa.
Exames feitos pela Secretaria Estadual de Saúde, na semana passada, comprovaram que as mais de mil larvas apreendidas com eles não eram do Aedes aegypti (transmissor da dengue) e sim do Aedes fluviatilis, mosquito comum. ‘‘O material confiscado não constitui crime. O inquérito será arquivado por falta de provas’’, disse o delegado.
Mesmo assim, Jordão tomará, na segunda-feira, os depoimentos de Sistane Ferreira da Silva, Valdir Saad, Paulo Roberto dos Santos e Izaac Subtil de Oliveira. Ele quer saber o motivo pelo qual os acusados alegaram em depoimento que a intenção era recolher larvas do mosquito para fazer estudos sobre a dengue. ‘‘Isso causou pânico na população. Essa história ainda está muito confusa’’, afirmou.
No início da próxima semana, Jordão encaminhará o inquérito concluído à 4ª Vara Criminal de Fazenda Rio Grande (Região Metropolitana de Curitiba), município onde as larvas foram apreendidas. ‘‘Vou anexar o relatório dos depoimentos e o laudo feito pela secretaria.’’
Já o inquérito administrativo, instaurado pela Prefeitura de São José dos Pinhais, não será arquivado. Os acusados continuam afastados dos seus cargos. Eles foram presos em flagrante quando estavam em um Gol oficial da prefeitura, do qual não tinham autorização de uso, e liberados após pagar fiança. A Folha tentou ouvir os funcionários ontem, mas seus telefones não constam na lista.