INFLUENZA - Paraná registra 49 mortes por gripe em 2018

Meta de vacinar pelo menos 90% da população mais suscetível foi cumprida, mas alguns grupos continuam com índice baixo | Foto: Saulo Ohara/30-06-2018

Mais dez mortes por gripe foram confirmadas no Paraná entre 2 e 9 de julho, quando encerrou a 27ª semana epidemiológica de 2018. Boletim da Gripe divulgado na quarta-feira (11) pela Sesa (Secretaria Estadual de Saúde) informa que, até o dia 9, foram confirmados 365 casos de gripe e 49 mortes provocadas pela doença no estado. Na semana anterior foram registrados 314 casos e 39 mortes. Em relação à 27ª semana de 2017, o número de mortes no estado dobrou: no ano passado, neste período, foram 187 casos de gripe confirmados e 25 mortes.

O boletim destaca ainda que metade dos casos foi registrada em pacientes cuja faixa etária garantiria direito à vacina. Foram 74 casos de gripe em crianças com menos de 5 anos (20,39%) e 108 notificações em pessoas com mais de 60 anos (29,6%).

Renato Lopes, chefe da Divisão de Doenças Transmissíveis da Sesa, esclareceu que os números registrados na semana são referentes a casos que entraram no sistema no período, mas não significam que os óbitos se concentraram na mesma época. Sobre o aumento em relação a 2017, ele argumentou que não cabe a comparação entre anos, porque há diferença na quantidade de circulação de vírus e pessoas. "Em relação a 2016, por exemplo, registramos menos casos", disse.

Segundo Lopes, 77% das pessoas que morreram em 2018 tinham fatores de risco associados, como a idade ou a presença de comorbidades, como doenças cardíacas, pulmonares ou diabetes. Outra constatação é que, das 49 vítimas da gripe, apenas oito tinham sido vacinadas, apesar de a maioria se enquadrar nos critérios para receber a imunização. "O trabalho educativo sobre a importância da vacinação foi feito e a campanha foi prorrogada três vezes, mas a decisão de se vacinar é pessoal", afirmou.

Segundo ele, a meta de vacinar pelo menos 90% da população mais suscetível a complicações da gripe foi ultrapassada, mas crianças e gestantes continuam abaixo do índice, como cobertura de 77% e 78% respectivamente. "A cobertura foi boa, mas houve deficiência nestes dois públicos. São eles que nos preocupam", afirmou.