Paulo Ubiratan
De Londrina
Um incêndio no início da tarde de ontem destruiu totalmente a Laminadora de Pneus Ibiporã, na Rua Antonio Sabino, em Ibiporã (14 km a leste de Londrina). Não houve vítimas, mas os prejuízos materiais foram totais e a empresa não estava no seguro.
Sílvio de Oliveira Filho, um dos proprietários, disse que o incêndio começou nas sobras de pneus que estavam na rua, onde possivelmente alguém teria colocado fogo. Ele não soube explicar o motivo de alguém ter praticado o crime, pois garante não possuir inimigos.
Todas as máquinas da indústria foram destruídas pelo fogo. Cerca de 200 mil quilos de pneus e manufaturados que estavam no pátio e em um barracão, com 700 metros quadrados, foram queimados. Conforme Oliveira Filho, os prejuízos são superiores a R$ 500 mil.
Os bombeiros chegaram logo em seguida ao chamado, mas poucos puderam fazer por causa da rapidez com que as chamas se alastraram. A laminadora produzia sola e salto de sapatos, palheta para colhetadeira, borracha para rodinho e tubo para esgoto, fabricados de sucata de pneus. A fabrica empregava 10 funcionários, que desesperados ajudaram os bombeiros a apagar o incêndio.
‘‘Perdemos tudo, mas não teremos medo nem preguiça para começar tudo de novo. Esta fábrica foi feita pelo meu pai, Silvio Oliveira, conhecido por Sivuca. Foi pioneiro como morador e inventor, criando esta única fábrica para aproveitar sucata de pneus em toda a nossa região’’, desabafou Oliveira Filho.
Ele contou que a tragédia do incêndio veio juntar-se a perda do pai, que morreu de doença em agosto do ano passado. A esperança de reerguer a Laminadora de Pneus Ibiporã é uma carga de aproximadamente 50 mil quilos de sucata de pneus que não foi atingida pelas chamas e a possibilidade de comprar parceladamente as máquinas para fabricar os subprodutos. Ele acredita que para isso será necessário um período de cerca de três meses de espera.
O aspecto pitoresco do incêndio foi o salvamento de um gambá, que surgiu misteriosamente das cinzas. Chamuscado pelas chamas, o animal atravessou correndo a área do incêndio e foi se esconder em uma mata próxima. No trajeto, os bombeiros abriram caminho para o animal com água, diminuindo o calor das brasas que ele teve que pisar para escapar.Indústria empregava dez funcionários e trabalhava com subprodutos. Fogo começou em material estocado na rua
Mário CesarCONSUMIDA PELAS CHAMASSoldados do Corpo de Bombeiros pouco puderam fazer para salvar a indústria, devido a rapidez com que as chamas se alastraram