Imagem ilustrativa da imagem Ibiporã entra em
estado de alerta contra a dengue
| Foto: Marvin Recinos/AFP

Com quase 54 mil habitantes, Ibiporã (Região Metropolitana de Londrina) entrou em estado de alerta contra a dengue nesta semana. Boletim da secretaria municipal de Saúde mostra que a cidade tem 72 casos confirmados da doença desde julho de 2018, quando foi iniciado o período epidemiológico pela Sesa (Secretaria do Estado da Saúde). Destes, 68 positivações são apenas neste ano, sendo 47 entre março e abril.

De acordo com a coordenadora da Vigilância Epidemiológica do município, Vanessa Luquini, o aumento vertiginoso de casos em pouco tempo tem relação com a situação de cidades vizinhas, como Londrina e Sertanópolis. “São municípios que tiveram aumento e temos muita circulação de pessoas por eles, sejam de gente que trabalha aqui e vai para lá e vice-versa”, apontou. Ao todo são 592 notificações, com 335 ainda em investigação. A maior predominância está na faixa etária de 40 a 49 anos.

As localidades com maior concentração da dengue são o San Rafael, José Messias, Miguel Petri e os bairros atendidos pela UBS (Unidade Básica de Saúde) do jardim Pérola, na zona sul. “São bairros em que os agentes estão encontrando terrenos e quintais com mais focos do mosquito Aedes aegypti”, destacou. A circulação na cidade é de dois subtipos. “O sorotipo dois é de maior gravidade, porque é considerado mais agressivo. Pessoas infectadas por subtipos diferentes em um período de seis meses a três anos podem ter uma evolução para formas mais graves”, advertiu.

A incidência da doença em Ibiporã está em 137 casos para cada 100 mil habitantes. A OMS (Organização Mundial da Saúde) preconiza que para decretar estado de epidemia são necessárias 300 positivações a cada cem mil moradores. O município enfrentou epidemia da doença em 2011, 2013, 2014, 2015 e 2016. Já no período epidemiológico de 2017 foram registrados 20 casos e no seguinte apenas seis.

CAPACITAÇÃO

Na semana passada, 60 profissionais da área da saúde receberam capacitação para melhor notificação, diagnóstico e tratamento da doença. A formação foi ministrada por membros da 17ª Regional de Saúde. Além disso, foi intensificado o trabalho de campo, com aplicação de materiais por meio de bombas costais pelos próprios servidores da secretaria. De acordo com Luquini, neste momento está descartada a aplicação de fumacê.

“O atendimento está sendo acentuado, principalmente nos bairros com maior quantidade de casos confirmados e focos do mosquito. A intenção é sensibilizar e alertar a população, informando sobre os riscos, pois ainda não tivemos nenhum caso grave, porém a região já registrou, inclusive morte, como Londrina. Acreditamos que teremos aumento dos casos nos próximos dias, já que temos resultados para receber do Lacen (Laboratório Central do Paraná) e existe o fator clima”, elencou.

A secretaria ressaltou que a prevenção é a melhor maneira de evitar a dengue, zika e chikungunya, todas doenças transmitidas pelo mesmo mosquito. Entre as medidas de cuidado estão não deixar água acumulada em lajes, ralos, garrafas pet e de vidro e no coletor da geladeira, manter piscinas sempre limpas e colocar areia nos vasos de plantas.