O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) vai investigar denúncias de extração clandestina de argila em Ilha Grande, no Parque Nacional de Ilha Grande, noroeste do Estado. A extração estaria sendo feita numa área já explorada e que deveria estar sendo recuperada. O ''barreiro'', como é chamado o local de extração, fica a menos de um quilômetro do atracadouro da balsa em Porto Santo Antônio, na divisa entre Vila Alta e Itaquiraí (MS) e pertence à Olaria e Depósito de Material de Construção Santa Catarina, de Naviraí, (MS).
Segundo a diretora do Parque Nacional de Ilha Grande, Maude Nancy Motta, a licença da empresa para retirar argila na ilha venceu em dezembro e não pode ser renovada porque o local se tornou área de preservação permanente. Segundo Maude, o Ibama deu um prazo de seis meses para a olaria recuperar e deixar a área. Entretanto, a empresa continua extraindo argila no local.
A reportagem da Folha esteve no barreiro no final de semana. No local, existe um grande depósito de argila a céu aberto e muitas crateras, algumas delas com sinais de terem sido feitas recentemente. Não havia ninguém trabalhando na área. O dono da Olaria Santa Catarina, Jorge Fimas, admitiu ontem por telefone que continua retirando barro da ilha para fabricar telhas e lajotas. Ele afirma ter autorização do Ibama para escavar a área desde que feche os buracos e drene a água depois. ''Duas vezes por ano, a gente fecha os buracos e começa a extração em outro local próximo'', explicou.
O empresário contou que tem título de posse de 500 hectares na ilha, retira matéria-prima há 18 anos e pretende continuar explorando suas terras. ''Quando o Ibama me indenizar, eu fecho a olaria'', informou. Disse ainda que doa 8 mil lajotas por mês para a Prefeitura de Vila Alta. A diretora do parque confirmou a doação e justificou que faz parte das medidas de recuperação e compensação dos danos ambientais.