Curitiba - Um grande número de ocorrências de gambás vitimados é registrado nesta época do ano pelo IAT (Instituto Água e Terra). Somente no Litoral do Paraná, cerca de 95 animais, sendo 90 deles filhotes, foram resgatados pelos técnicos do órgão ambiental durante o mês de setembro. O IAT é um órgão vinculado à Secretaria estadual do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo.

Imagem ilustrativa da imagem IAT registra grande número de maus-tratos e atropelamentos de gambás
| Foto: IAT/Sedest

De acordo com a chefe da Divisão de Fauna do IAT, a bióloga Paula Vidolin, os animais filhotes são encontrados sozinhos porque, na maioria das vezes, perderam as mães por diversos motivos. “As fêmeas saem em busca de alimentação carregando os filhotes em sua bolsa – o marsúpio. Por isso, acabam se tornando mais lentas e podem ser vítimas de atropelamentos, maus-tratos por desconhecimento da população que os encontra nas suas residências, ou até mesmo ataques de cães”, disse.

O alerta do órgão ambiental é que o final do inverno e o começo da primavera coincidem com a época de reprodução dos gambás, fazendo com que esses animais se tornem mais vulneráveis por se proliferarem muito rapidamente.

IAT alerta para a importância dos gambás para manter o equilíbrio do ecossistema
IAT alerta para a importância dos gambás para manter o equilíbrio do ecossistema | Foto: IAT/Sedest

O IAT alerta, ainda, para a importância dos gambás para manter o equilíbrio do ecossistema. Eles auxiliam na dispersão de sementes, ao se alimentarem de frutos, o que contribui para que novas árvores cresçam. “Os gambás também se alimentam de animais peçonhentos como cobras, escorpiões e carrapatos, que podem transmitir zoonoses aos seres humanos, como a febre maculosa, por exemplo”, afirma a bióloga do Escritório Regional IAT no Litoral, Fernanda Felisbino.

Ainda de acordo com ela, os gambás procuram locais fechados e protegidos, como forros e telhados de residências. A indicação é vedar esses locais para evitar que os animais entrem.

RETORNO AO HABITAT

O Instituto Água e Terra é responsável pela análise do retorno desses animais ao habitat natural. Para que eles consigam sobreviver na natureza é preciso que tenham mais de 18 centímetros de comprimento, com idade estimada de 13 a 14 semanas de vida, além de pesar mais de 400 gramas.

“Em muitos casos, é necessário que os animais passem por um período de reabilitação para que consigam buscar o seu alimento, fugir de predadores e encontrar tocas. Sempre que possível, os indivíduos são devolvidos ao seu habitat natural”, destaca a bióloga Paula Vidolin.

A recomendação, ao avistar um gambá na sua residência, é acionar o IAT mais próximo para as devidas orientações. (Com informações da AEN)

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